quinta-feira, 30 de junho de 2011

E a família dele? - Parte 1

Quando o relacionamento, ainda que virtual, vai ficando mais sério, todo mundo fica imaginando como deve ser a família do amado. Porque muitas vezes isso pode ser um parâmetro da sinceridade e veracidade de todas as coisas que ouvimos.

Graças a Deus, eu nunca tive nenhum tipo de desconfiança do Emre. Não porque sou de ignorar meus instintos e fecho os olhos pras coisas que aparecem. Pelo contrário, sou muitíssimo sensível a sinais e características de pessoas, e super atenta à quaisquer ações. Mas de verdade, ele é uma pessoa que transpassa confiança a qualquer um que o conhece. Pelo jeito dele ser e também por suas ações. Nunca tive mesmo nada pra falar.

Mas de qualquer maneira há muitos meses atrás, quando começamos a nos falar por horas inacabáveis no MSN e no Skype, e fazíamos todas aquelas perguntas de alguém que queria poder consumir toda informação do outro, possível. Quanto mais ele me contava sobre ele, sua cidade, sua história, mais e mais eu queria saber. Porque assim eu sentia que o tinha mais, que o conhecia mais.

E de cara, fiquei sabendo que os pais dele eram bem tradicionais.
Ora, todo mundo quando pensa em familiares turcos, pensam e mulheres cobertas de cima a baixo, sérios, que vão te olhar feio por tudo, sempre altamente religiosos e tradicionais. Mas não é bem assim.

Atualmente conheço, pelo menos, umas 15 brasileiras envolvidas (lê-se: gostando, que já gostaram, enroladas, noivas, casadas, decepcionadas...) com turco. E achei que todas elas fossem ter este mesmo problema: famílias que não as aceitariam. Mas olha, pra minha grande surpresa, eu estava enganada. E que bom que estou enganada, porque sinal de que elas tem uma relação harmoniosa e feliz com as suas famílias.

Mas bem bem bem... não acontece assim comigo.
Já vi a família dele umas 4 vezes na webcam durante este tempo. Eles moram em Kirsehir e o Emre em Istambul com amigos numa casa. Isso é bem comum. Jovens de 20 e poucos anos, morando sozinhos, com amigos ou em repúblicas governamentais pra fazer faculdade. São sei lá... umas 8h de viagem de uma cidade pra outra, logo ele não vê muito os pais. Mas vai lá sempre que pode em feriados, finais de semana, ou outras ocasiões especiais. Então nestas vezes, pude 'conversar' com a família dele e foi tão legal!
O Emre ficava traduzindo tudo, porque (ainda) não falo turco né. Mas ele sorriam muito pra mim e me disseram que no dia que fosse a Turquia, que seria uma convidada deles e que poderia ficar com eles.

Eles sabem que sou amiga e professora virtual de inglês do Emre. Até aí, tudo ótimo!
Mas eles viram uma foto minha no celular do Emre, viram que nos falávamos sempre, que passaram os meses e sempre estávamos conversando. Então eles começaram a desconfiar, porque também, só alguém muito bobo pra não perceber o que estava acontecendo. E começaram o interrogatório.

Perguntaram se ele estava apaixonado por mim, se tinha alguma coisa acontecendo entre nós, porque nos falávamos tanto, porque tinha uma foto minha no celular dele. E eles falavam, que ele não poderia estar apaixonado por mim, que relacionamentos com estrangeiras não poderiam dar certo. Afinal, eu não sei falar turco, então como ia me comunicar com eles? Não conhecia a cultura, não conseguiria me adaptar, eu não sou muçulmana, e todos estes fatores trariam muita discórdia. Logo, se tivesse alguma pequenina coisa acontecendo, que ele tinha que esquecer, porque não era uma boa ideia.

"Emre, você não lembra da história do eu primo, que mora na Alemanha e se casou com uma alemã? Eles se separaram, você não se lembra? Casamentos com estrangeiros não acabam bem, eles se divorciam porque tem uma cabeça diferente da nossa."

E esses eram os argumentos. Inúmeros vezes os pais dele colocavam ele contra a parede fazendo sempre essas perguntas. Quando telefonavam pra ele, pra conversar e saber se estava tudo bem, de vez em quando perguntavam se ele continuava falando comigo. E vamos viver isso ainda durante algum bom tempo, até eu ter a chance de vê-los pessoalmente. Mas preciso ser justa e dizer, que fora tudo isso, eles me trataram muitíssimo bem, foram muito carinhosos, agradáveis.

E um dia foi tão fofo... eu os vendo na webcam pela primeira vez, quando o Emre foi visitar a irmã em Ancara, porque a filhinha dela tinha acabado de nascer. Então ele viajou pra conhecer a sobrinha. Daí minha sogra colocou a neném na camera pra eu ver, e disse que ela não abria muito os olhos. Daí aquela coisinha fofa abriu os olhinhos pra mim... hahahaha, eu me derretiiiiiiiiiiii. Aí eles ficaram suspresos, começaram a rir tambem, falaram que ela tinha gostado de mim. Me senti parte da familia sabe. Quando o conheci a irma estava gravida, daí eu vi a nenenzinha recém-nascida, depois eu a vi maiorzinha e fiquei ate brincando com ela pela câmera, toda risonha hahah. E hoje em dia, ela tá grandinha, correndo pela casa, me sinto mesmo a tia dela sabe, e fico babando que nem uma boba. Peço pro Emre tirar várias fotos e videos, e ele vai me mandando tudo depois, e eu fico vendo, mostrando pra todo mundo como se fosse minha sobrinha mesmo.
Cara, como eu vou mimar essa menina quando estiver lá. Quando eu for a Sra Korkoca (HA! sem pressão rs), vou levar ela pra nossa casa, comprar doces pra ela, levar ela no parquinho... :)

Mas infelizmente, de quando em quando, a família dele, fica querendo que ele conheça vizinhas, filhas e parentes de vizinhos pra conhecer e quem sabe até se casar. Vou contar isso melhor num outro post.
Tem vários detalhes sobre isso.

Beijos beijos

11 comentários:

Annebert disse...

Boooooom diaaa Jessicaa!!!Infelizmente o fato da cultura ser muito diferente nos faz pensar em como a familia ira reagir quando ver que esta serio e que vamos casar tudo isso!
Eu confesso que eu vivo pensando nisso mais o Hakan sempre vai me tranquilizando falando de como a familia dele é liberal e tranquila quanto a isso!Beijoooos!

Relva Caroline Türk disse...

é nisso que dá ser uma mulher espetaculosa... nao vai ganhar ouros no casamento...

hahahaha

ai amiga. sogra é um porre até no brasil. quando eles te virem aqui, toda sozinha, assustada, linda, fofinha e sem familia... te adotam na certa.

Jessica disse...

Bom diiiiiiiiiia Anne!
Eu nem ligo deles serem tão diferentes de mim. Confesso que acho isso incrível e enriquecedor. Mas é mesmo complicado quando ELES acham que eu sou um bicho de sete cabeças.

Estamos indo com calma, vou fazeê-los gostar de mim ;)

Se o seu namorado tá dizendo que a família dele é liberal, é porque é mesmo, nem se preocupe.
Beijocas

Jessica disse...

Hahaha, pois é Relva, fico andando por aí de decotão, shortinho, altos piercings e tattoos, fazendo a loca, depois reclamo que não me aceitam né? Culpa minha mesmo.
hahahahaha

Tomara que me adotem, juro que tenho toda a vontade do mundo de poder chamá-los de 'baba' e 'anne'. Vamos esperar.

Sortuda é você, ai ai rs.
Beijos

Anônimo disse...

Jess, fica calma! Vai dar td certo,sim! A família do meu marido tb reagiu com algumas dúvidas antes de me conhecer, assim como a minha própria família ficou meio em choque quando eu disse que ia conhecer um turco que conheci pela internet(!).

As pessoas têm essas reações pelo desconhecido, pelo diferente, e é normal.

Acho que a Relva já disse tudo, quando eles te conhecerem vão se apaixonar por vc!

Katita disse...

Jess, vai dar tudo certo...eu tenho absoluta certeza! Os pais do Murat tinham esse medo todo antes também... faziam interrogatório e tudo mais... Quando eles me viram pessoalmente tudo mudou! E no dia seguinte ganhei vários mimos deles... luvas, meias grossas, cachecol e uma flor do Baba no dia das mulheres... q fofo!! :) Seus futuros sogros irão te amar... quem não amaria uma menina como vc heim ? :) bjoka

Relva Caroline Türk disse...

viu viu viu
sossega essa periquita, faz laser nas tatoos, joga fora os decotes e poe calça comprida.
eles vao te amar!

ja te contei q meu sogro ja me deu ate calcinha de presente? foi um dia q eu tava gravida e tive um sangramento. a gente tava num restaurante. ele disse "perai" e voltou 10 minutos depois com uma duzia de calcinhas pra mim.

nem meu pai me deu calcinha antes.

fofo ne.

Annebert disse...

Deve ser muito fofo quando eles acolhem as noras como filhas!!:) Eu não vou ter sogro porque ele já faleceu mais minha sogra o Hakan diz que fica toda empolgada quando ele fala que vai casar comigo, que ela diz que tomara que ele não sofra mais que seja feliz eternamente!hahaha ele nao vai sofreeer não, não comigoo rs!

lepetipetipeta disse...

Olá Jessica, tudo bem??

posso te dizer por experiencia "turquistica" lol....o desconhecido assusta muito.. o diferente afasta.. precisa-se ser mto forte para lidar com isso.... ter foco e paciência te ajudaram a passar por tudo isso..

apesar de complicada a situação, acredito q o tempo ajuda mto a melhora-la....dps q se conhece melhor, as pessoas ficam mais pre-disposta ao diferente.. fique calma pq tudo dará certo..

ps: desculpa a minha curiosidade, mas o q vc estuda aqui no Brasil e quais são os planos de vcs quando vc for para turquia ( relacionado a sua vida acadêmica e profissional).

bjs

Jacqueline

Anônimo disse...

*ajudarão a passar....

digitei errado.. =/

pergunto isso por que também penso sobre o que fazer com o q estudo aqui no brasil e caso algum dia me mude para lá..

Jacqueline

Jessica disse...

Oi, Jaqueline!

Olha, estamos tentando seguir essa mesma linha de raciocínio. Acreditamos (e pedimos a Deus) que com o tempo, eles percam esse medo todo de mim, de eu ser sei la que tipo de gente e possam me ver melhor. Não que eu sei A nora dos sonhos, mas que vejam que não to aqui pra fazer mal a ngm.

Obrigada pela dica!

Ah, e eu estudo publicidade. Me formo em dezembro agora se Deus quiser. Quero fazer mestrado em relações internacionais lá... vamos ver como as coisas se desenvolvem.

Beijocas, querida.