quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vamos fazer um super chat turcolover?[Atualizado]

Um olá à todas minhas meninas turcolovers!
Espero que o Natal de vocês tenha sido tão bom quanto o meu foi.
Sei lá se Natal que vem vou poder passar com a minha família aqui.
Pode ser que sim, mas pode ser que não também. Então fiz questão de pedir à minha vó pra não ir pra outro lugar, mas ficar por aqui mesmo. Foi tudo bem simples até, mas do jeitinho que eu queria. Graças a Deus!

Mas é o seguinte... vim aqui fazer uma proposta pra vocês.
Eu ando me sentindo meio culpada por não dar conta de ajudar vocês, conversar com vocês, responder vocês, como eu gostaria. Vocês sabem que não quero colocar a pose de sabichona, porque não sou. Mas acho que o conhecimento, por menor que seja, pode ser compartilhado. Às vezes uma frase, uma dica, uma conversinha, pode clarear e MUITO a nossa cabeça, e quem sabe, até mudar o rumo de toda uma vida.

Por isso, eu queria fazer uma noite de FAQ aqui no Apaixonada pela Turquia. Um encontrão online.
Um Frequently Asked Questions. Quero, com toda a humildade do mundo, compartilhar de uma forma ainda mais interativa a minha experiencia. Tudo que eu puder ajudar vocês, seja sobre relacionamento, costumes, viagem à Turquia, ou qualquer coisa do gênero, eu ajudarei. Não sou especialista, mas a MINHA OPINIÃO e MINHA VIVÊNCIA, eu posso contar sem o menor problema, não é mesmo?

O objetivo aqui, não é representar todas as mulheres na Turquia, nem os turcos, nem nada desse gênero. Não sou burra, nem arrogante para querer ser a porta voz de todo um povo ou um grupo. Estou aqui, representando a mim e somente a mim. Sou responsável apenas pelas minhas opiniões e geralmente procuro ser bastante política quanto a isso. Só pra deixar claro, tá, florzinhas?

A ideia é fazer uma sessão de Chat com áudio e video e ficar meia-hora/ 1 hora trocando ideias com vocês.

QUANDO?
Dia: 30/12 - Sexta-feira
Hora: Das 21h às 22h

COMO PARTICIPAR?
1) Acesse: http://www.blogtv.com/People/jessicamangia no dia e na hora que combinamos.
2) Faça o seu cadastro no site: http://www.blogtv.com . É bem rapidinho, prometo. Sem o cadastro não dá pra fazer perguntas. :(
3) Se quiser só assistir, sem perguntar, não precisa de cadastro, só acesse o link que eu coloquei aqui em cima.

Okay? Quem topa, deixa um comentário pra eu saber?

Pode ser que também ninguém apareça online, porque né... não sou a iludida que acha que meu blog é o mais acessado do mundo. Então, se ninguém aparecer, tá tudo certo. Vamos abortar a missão e ser felizes. Mas espero que seja um momento legal pra gente falar bastante.

Um beijão e espero vocês :)

ps: acho que hoje o Jack vai ter tempo de deixar uma postagem aqui pra gente rir e aprender mais um pouquinho das bandas do lado de lá. Eu adoro!

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(edição pós realização do Chat Turcolover)

Lindezas, só queria agradecer à todas que compareceram. Eu juro que tava já pronta pra ficar lá sozinha no BlogTV chorando umas 15 pitangas. Mas não, tinha uma galerinha lá e fiquei bem feliz com isso, eeeeeeee!
1 hora passou bem rapidinho, então quero em breve fazer outro chat pra gente trocar mais umas ideias. Um desses chats vai rolar quando eu chegar em Istambul, e tiver minha roommate do lado, um turquinha linda que vai ajudar, muito melhor do que eu, em outros assuntos bacanas. Deixa comigo!

Um beijão bem grandão e obrigada mais uma vez pela participação. Fiquem de olho! Muaaaaaahh

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

2011 e nós, as turcolovers

É minha gente, o ano está acabando daqui há pouquinho e tenho certeza de que as mais diversas histórias aconteceram. Quando digo diversas, é DIVERSAS mesmo.

Tenho o prazer de conhecer a história de muitas de vocês. Algumas vêm aqui e comentam e me contam, outras me mandam e-mail, outras viraram minhas amigas de vida real e é incrível perceber tantas semelhanças e tantas diferenças.

Teve turco vindo pra Brasil, teve brasileira indo pra Turquia... Amores que mal começaram, outros que estão - para a surpresa do próprio casal - se fortalecendo e virando algo real, outros se concretizaram, outros que infelizmente acabaram - e que muito me doeu de coração -, outros que não passam da paquera virtual e tudo bem porque é isso o que a pessoa pode querer. Casamentos se concretizaram, namoros firmes começaram, planos e promessas foram feitas, crianças vieram ao mundo, pessoas que se amam foram morar juntas.

Mesmo de tudo um pouco. E não generalizo, para cada exemplo que dei, existe um história, verídica, que eu realmente conheço. Daí, as vezes, nos perguntamos:
- Porque tantas histórias, que se parecem em tantos pontos, podem levar a caminhos e "finais" tão diferentes?

Acho que a resposta é uma só, apesar de suas diversas particularidades. SOMOS TODOS DIFERENTES.
Não é por ser turco, que eles serão todos iguais. Não é porque somos brasileiras, que seremos todas iguais. Não é porque talvez tenhamos sonhos similares, que agiremos da mesma forma para realizar estes sonhos. Por mais que eles sejam todos encantadores (pelo menos é assim que vocês, minhas meninas Turcolovers me contam), que terão a mesma criação, o mesmo nível de religiosidade, a mesma visão ou a mesma personalidade. Não é porque nossas histórias se pareçam, que vão acontecer, do começo ao fim, exatamente do mesmo jeito.

Me alegro de todo o meu coração com as queridas que estão vencendo, lutando, e alcançando seus sonhos e nos inspirando a fazer o mesmo. E me aperta o coração, e as vezes até me revolta, por algumas mulheres tão especial, lindas e queridas, que infelizmente tiveram ou estão tento um momento difícil. Mas para todas elas, fica a minha admiração e a certeza de que Deus não se engana nunca. As vezes nós até nos enganamos, mas Deus não falha e me faz pensar numa frase que carrego comigo:
"Todo final é feliz. Se ainda não é feliz, é porque ainda não chegou ao final."
Pode parecer meio utópico, mas é nisso que creio. E encorajo a todas nós a crer nisso sempre.

Um grande beijo a todas! E quem puder me enviar uns docinhos de Natal, eu agradeço haiuahuia. :p

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Acompanhada sozinha ou sozinha acompanhada?

Tive a ideia deste post por uma série de fatores.
Um deles, foi hoje, ouvindo a conversa da minha mãe com a minha prima.

Muitas pessoas me perguntam como é que eu aguento ficar namorando tanto tempo a distância.
Realmente é muito MUITO difícil, por muitos motivos. É muito ruim não ter aquela pessoa que amamos, e que se torna também um grande amigo, para compartilhar mais de perto os momentos do nosso dia-a-dia. Festas, eventos, momentos de tristeza onde tudo o que queremos é um abraço, alguém que segure nossas mãos, que olhe nos nossos olhos e nos faça sentir bem.

A resposta para as pessoas que me perguntam sobre esse assunto, sai fácil... "É porque eu o amo muito. Ou espero por ele, ou não o tenho". Então vou lutando através dos meses, com a certeza de que em breve estaremos juntos de novo, definitivamente.

Confesso a vocês que se eu não tivesse nenhuma perspectiva de estar com ele de uma vez por todas, poderia ser muito complicado ou até impossível me permitir levar esse sentimento mais à diante. Mas o que sinto por ele, que foi além dos primeiros meses de paixonite (das AGUDAS) e chega agora a marca de quase 2 anos de distancia. Com atitudes, com a força que tivemos e com as mais adversas situações que chegaram, percebi que o que temos, vai além daquele encantamento inicial. Isso é amor. Racionalmente falando, não me vejo construindo minha família ou meu futuro, com nenhuma outra pessoa senão ele. Com todos os defeitos que ele tem, e com os que eu tenho, eu o quero muito. E ele sempre me mostra que me quer muito também.

Mas, além disso, o motivo pelo qual eu espero por ele - e esperaria muito mais - e aceito estar neste relacionamento à distancia, mesmo com a tristeza de por exemplo, não poder abraçá-lo neste ano novo, e ter que ficar sozinha (mesmo sendo comprometida) em meio a tantos outros casaizinhos, é porque cheguei a conclusão de que é muito melhor estar "sozinha acompanhada" do que "acompanhada sozinha".
Feliz em estar sozinha, mas tão acompanhada! :)
No meu passado mais presente, antes do Emre, eu estava acompanhada. Mas eu também estava sozinha. Ou era assim que eu me sentia. Ter alguém ao alcance, que se possa sair junto, passar finais de semana juntos, comemorar datas festivas lado a lado, pode muitas vezes não tirar o sentimento de grande solidão. Seja nossa culpa, seja a culpa do outro, acho esse sentimento pior até do que estar solteiro por escolha.

Especialmente para a mulher, é muito duro olhar nos olhos de alguém com ternura, e ver aqueles olhos te retribuindo com frieza. Quase como médico olhando um boneco de anatomia: de maneira racional e morna.

É péssimo tentar estar bonita e cheirosa especialmente para um alguém, e este alguém, muitas das vezes, mal notar você. É até revoltante, você abrir seu coração para alguém que deveria ser tudo na sua vida, e esta mesma pessoa ouvir aquilo tudo e não mostrar nenhuma reação, nenhuma compreensão, nenhuma demonstração de que se importa ou sente a sua dor... algo quase que mecânico, sabem? Sei como é duro por experiência própria e já ouvi muitas amigas reclamando disso. Chego a achar que é uma das piores coisas que uma mulher pode sentir ao estar em um relacionamento.

Não estou falando que todo homem tem que ser exemplo de perfeição, em sequer 70% do tempo. Porque convenhamos, nem todos os dias estamos amorosas (dá-lhe TPM!), nem sempre estamos super concentradas nos problemas dos nossos namorados ou maridos, nem sempre temos vontade de olhar nos olhos.

Isso é pra todo mundo, tenho que admitir que não é só um problema do homem (apesar de ser mesmo algo mais comum para o sexo masculino). Mas acho que toda mulher merece, não só um amor, mas merece um grande amigo. Alguém que se tenha prazer de conversar, de dividir experiencias, de fazer coisas juntos (as vezes a mulher indo até ao futebol, ou o homem ajudando a escolher com paciência a roupa pra sair). Toda mulher merece ternura, merece carinho, merece atenção. E nunca me conformei, ou vou me conformar com a falta disso. Sei que muitas vezes não vai ser como quero. Mas de um modo geral, é o que quero pra mim, e não acho errado expressar essa necessidade.

Não que ele seja perfeito, mas achei todas essas coisas no Emre e é maravilhoso! Sou tão tão tão grata a Deus, já que são coisas algo que perdi a conta de quantas vezes eu pedi em oração. Mesmo esse bando de gente me falando que é isso mesmo, que NENHUM homem pode ser daquele jeito (repito: não estou falando de um homem perfeito, hein!), que isso é impossível, que faz parte da natureza do homem e que tenho que aceitar senão eu iria acabar sozinha... eu nunca consegui acreditar nisso completamente. Tinha perdido muito das minhas esperanças, mas estava tudo ali escondido no meu coração.

Eu me incluo nisso e posso fazer uma lista pra vocês de caras que são assim com suas mulheres, para provar o que estou dizendo e poder afirmar assim: mulherada, não se contente com migalhas! 

Homem assim existe SIM! Tudo bem que eu achei láááá do outro lado do mundo, e isso se deve ser SIM relacionado à um certo traço cultural mais emocional e dramático dos turcos. Mas é CLARO que também depende da personalidade individual de cada um. Então, percebi que não é que sejam todos os homens de um jeito. Vai ver os homens daquele lugar, daquele país, ou os que você tenha encontrado sejam assim. Mas todos? Não não não.

Não quero que ninguém venha depois me dizer que eu falei que todos os turcos são OS modelos de homem, porque não estou dizendo isso. Mas que tem algo de diferente na boa parte que conheço... aaah, isso tem mesmo.

Então, acredito que de nada vale estar acompanhado por um homem, por amigos e família, se você se sente, tantas vezes, tão sozinha. Nessa caso acho que é melhor estar sozinha, aprender a lidar com sua própria presença, pelo menos por algum tempo.
Lembro que quando conheci o Emre me perguntava "Como alguém tão distante, pode se fazer tão presente?".
Aprendi que nada paga o preço de saber que você tem alguém por inteiro, alguém que mesmo que você esteja há 1 milhão de km de distância,  se faça presente. Alguém que você não possa ver nos finais de semana e que nem faça parte, fisicamente, dos momentos mais especiais da sua vida, mas que seja alguém que apenas num olhar, através de uma webcam consiga te ver de verdade. Que ao ouvir 2 segundos da sua voz, saiba que tem algo errado com você, que note os seus sentimentos e que consiga te fazer sentir abraçada, sem ao menos, tocar um dedo em você. Alguém que se faz tão próximo ao ponto de se fazer sentir a mulher mais amada desse mundo, ainda que estejam em continentes diferentes.

Não saiam fazendo maluquices por aí não, pelo amor de Deus. Sou a favor da sensatez, com muitas pitadas de coragem. Mas acho que vale a reflexão. Como você está? Como quer estar: uma acompanhada sozinha, ou uma sozinha acompanhada? Para muitos, estou muito sozinha e isso tudo é loucura. Mas posso dizer que nunca me senti tão bem acompanhada. :)

É isso, esperam que me entendam. Beijos beijos <3

sábado, 17 de dezembro de 2011

A brasileira e o turco: primeiras palavras, primeiro olhar...

Mudando um pouco o rumo dos posts das moçoila que vos fala, que anda meio deprê...

Eu não estou mais me aguentando de saudades dele. Minha esperança, meu amor por ele, a certeza de que tudo vai ficar verdadeiramente são tão grandes, que não permite ficar chorando. Mas vontade não me falta. Então não sei vocês, mas quando eu estou com esse sentimento tão forte, eu fico o tempo TODO, vendo fotos dele, lendo conversas antigas, revirando nossos e-mails e tudo que me faça sentí-lo mais perto de mim.

Com isso. eu achei nossos primeiros e-mails e comecei a lembrar de nós dois lá no comecinho.
Nunca contei essa história, de como eu e Emre nos conhecemos. É bem simples até, então lá vai:

Eu gosto muito de aprender idiomas novos, não sou uma gênia, mas tenho uma certa facilidade com isso. Minha tia Verinha, um dia falando comigo pelo telefone, começou a me falar que estava treinando inglês e espanhol num site bem bacana, o Livemocha. Ela me disse que era possível estudar e praticar as mais diversas línguas de uma maneira até que bem divertida e dinâmica. Disse ainda que você conhecia pessoas do mundo todo, já que ao fazer o seu perfil, você indica quais idiomas fala (e qual o nível de fluencia em cada um) e o que quer aprender. Automaticamente o site faz indicações de usuários que podem ser compativeis com as suas habilidade e necessidades. Tem também um espaço pra chat, com direito a câmera e áudio.

Ela falou tanto desse site! Disse que eu tinha que fazer uma conta lá e que eu tinha que adicioná-la, porque aí eu poderia corrigir seus exercícios, e começar a aprender um pouquinho mais dos idiomas que eu gostava, além de poder fazer amigos de todas as partes do mundo.

Ela desligou o telefone e depois de tanto insistir, achei que poderia ser interessante. Fiz lá a minha conta, mexi um pouquinho para aprender a usar e tal. E lá ficou minha conta. De quando em quando eu entrava lá, mas não ficava muito tempo não.

Em um desses dias de tédio, muito, muuuuito tédio, resolvi entrar no Livemocha e ir estudar italiano. Estava há uns 20 minutos já no site, ouvindo lá o tiozinho falar as coisas em italiano, e eu repetindo, clicando nas figuras, fazendo minhas frases curtas... Nesse meio tempo recebi convites de alguns usuários para iniciar bate-papo. Mas tem tanto maluco por aí, tanto homem safado (que as vezes faz até perfil de mulher - e você trouxa, querendo uma boa amizade, vê depois que na verdade é um doido), que era muito difícil eu adicionar qualquer pessoa assim. As vezes eu até aceitava o bate-papo, falava uns 5 minutos, perguntava sobre o país da pessoa, o que fazia da vida, mas depois acabava a conversa, a pessoa se despedia e pronto. Então eu tava mesmo só querendo me livrar do tremendo tédio que eu estava sentindo.

Até que aconteceu o convite que mudou tudo no meu mundo...
O que eu tinha em mente quando cliquei naquele "sim"? Nada. Eu estava entediada, era uma quinta-feira à noite, e eu não tinha nada para fazer. Vi a foto de um menino que parecia ser sério, que parecia ser muito bonito, e era da Turquia. Resolvi clicar, o que eu tinha a perder?

Pois bem, 1 segundo, 1 clique, 1 palavra e tudo na nossa vida muda. Poderia não ter dado em nada. Poderia ter se tornado uma boa conversa praquele momento. Poderia ter se tornado um grande amigo (e se tornou!), poderia ter sido uma paquera que duraria uns poucos meses... mas não. Mudou tudo. Mudou meus planos, mudou meu sonhos, mudou minhas convicções, mudou minha vida e mudou até quem eu sou.

Definitivamente naquele momento eu não estava procurando por nada. Mas algo, nesse mundo tão grande, aconteceu e nós dois nos encontramos. Bendita seja a tia Vera, bendita seja o Livemocha, bendito seja o meu tédio, bendito seja ele estar passando mal e não ir ao trabalho no dia seguinte para ficar de madrugada na internet, bendita seja também o tédio dele, bendita seja a vontade que ele tinha de querer praticar o inglês... eu ainda nem sabia, mas naquele dia eu tinha achado um grande amor.

Quando começamos a nos falar, ele não tinha a intenção de flertar comigo. Ele queria melhorar o nível do seu inglês, e tinha tentando adicionar amigos dos Estados Unidos e da Inglaterra, mas não chegou a fazer nenhuma amizade legal com ninguém. Assim, não teve a chance de falar com ninguém, e não pôde pratical o tal inglês. Ele ouviu dizer que "esse tal" de povo brasileiro era muito simpático, falante, amistoso... quem sabe se ele falasse com um brasileiro, que falasse inglês, iria conseguir, finalmente, ter alguém para praticar?

Naquele dia, ele foi ver na lista de amigos sugeridos pelo Livemocha, viu minha foto (disse ele que me achou bonita hihi, mas que mesmo assim, não foi falar comigo com outras intenções) clicou no meu perfil, gostou da minha descrição e decidiu falar comigo.
Falamos uma meia hora lá pelo chat, e não foi aquela convers banal sabe? Aquelas conversas chatas no melhor estilo:
- Qual o seu nome? Quantos anos você tem? Onde você mora? O que curte? Trabalha ou estuda?

De repente a gente estava rindo, fazendo piadas, falando sobre vários assuntos... algo muito espotâneo. Ele não tinha falado nada de mal, não tinha falado nada de besteira, nenhum papo que me deixasse constrangida, era divertido... Ele pediu meu msn, e por esses motivos, eu disse. De outro jeito, em menos de dois minutos eu teria acabado a conversa. Mas não, ele foi querido, ele foi amigo, ele foi diferente.
Fechamos o Livemocha, nos adicionamos no msn e essas foram as primeiras palavras. Se fosse só direto assim, fechava na cara dele hahahaa. Mas antes, ele tinha sido muito querido no bom estilo "bom rapaz", que eu gosto :)
No msn, não demorou muito e ele pediu pra ver meu rosto. Como eu tenho umas fotos que tirei no estúdio da faculdade e por isso tem alta qualidade, as pessoas as vezes acham que minha foto é fake, né Joyce (Dilara)? Hahahah. Ele pediu meu Facebook e não quis dizer, porque também vamos com calma né minha gente... Eu não queria mandar foto, porque também não achei boa ideia. Mas quando ele pediu pra ver meu rost na câmera, não senti MESMO, nada de mal vindo dele não, e resolvi abrir a câmera, até porque estava curiosa para vê-lo também, a foto era pequena, mas ele parecia ser bem gato hahaha.

Meu Deus do céu! Quando ele abriu a câmera, que eu vi o rosto dele pela primeira vez, usando aquele fone de ouvido, no escuro (porque já estava tarde lá), ele todo sério com carinha de sono... PRONTO. Era uma vez uma Jessica. Eu gamei no turco, de coração acelerar e tudo. Olhei praquele rosto lindo que ele tem pensei: Caraca, que homem maravilhoso! hahahah. E eu aqui com essa cara horrorosa, descabelada, ele deve ter me achado estranha... Mas tá né, deixa pra lá.
Foto tirada por um amigo dele, em umas das nossas primeiras conversa. Oh a carinha sorridente dele, que fofa :)
De lá pra cá minha gente, o resto virou história.

Nem sempre essas histórias dão certo. Nem sempre as pessoas tem a chance de se encontrar, ou de fazer a coisa se tornar real. Ganhamos amigos, como dos muitos que tenho até hoje virtualmente. Depois perdemos esses mesmos amigos.

Já sabia que essa história de amor pela internet dava certo. O que eu não sabia, é que naquele dia, naquele momento, daquele jeito, com um TURCO, com o Emre... é que daria toda essa história que eu conto aqui. Eu me formar, me mudar de país, conhecer uma cultura tão diferente, aprender a falar "Seni Seviyorum" pra cá, "Aşkım benim" pra lá e viver uma história que tem sempre conturbações, mas que é tão linda, tão especial para mim e que teve o poder de me permitir viver algo que nunquinha mesmo eu me imaginaria vivendo. E eu, que nos ultimos anos, vinha sentindo TANTO medo de casamento, de me amarrar a alguém e não dar certo. Agora já não sinto nem mesmo 1% de dúvida no meu coração de que adoraria, mais do que tudo, formar uma linda família do lado dele. Merecendo ou não, me sinto verdadeiramente abençoada e não abro mão disso.

Obrigada Deus!

Viu só, falei que o próximo post iria ser menos deprê heheh. Vou ficar choramingando pra vocês hoje não. Beijocas a todos, e não tenho palavras pra agradecer cada mensagem de encorajamento, de carinho, de força, de tudo que tem me feito seguir a diante... Um beeeeeijão!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

(Quase) Boas Notícias

Exausta mentalmente! Uff!
Gente, na boa... não aguento mais esses sustos, esses perrengues, esses poréns.
Estou muito cansada, estou triste, com o coração apertado de saudades dele, e até o último segundo eu fico ali, no desespero de eu nunca saber como nada vai se resolver. Com isso, nunca sei o que esperar, nunca sei o que vou fazer, nunca sei no que vai dar. Isso é agoniante.

Mas bem, não posso ser ingrata e dizer que tudo está péssimo porque não está. Poderia ser bem pior, definitivamente. Então, pelas pequenas coisas que dão certo, agradeço a Deus.

Não falei meus 50 segundos com ele hoje, e isso tá me matando.
Ontem ele me ligou e me deu uma boa notícia. Quando ele telefona eu começo a fazer todas as perguntas bem rápido, porque que sei que logo o tempo vai acabar.
- Amor você está bem? Está dormindo bem? Está comendo bem? Alguém te machucou? Estão te fazendo passar muita dificuldade? Vai ter internet aí?

Ele, com a vozinha super pra baixo (não sei dizer se era tristeza ou apenas cansaço):
- Eu estou bem. Está tudo bem por aqui. Ninguém me machucou não. Eu só estou muito cansado, eles exijem muito da gente fisicamente por aqui. E não nos deixam dormir cedo, isso não é fácil. Me conta rápido... como você está? Você está bem?

Eu tentando não transparecer a tristeza:
- Estou bem amor, tudo ótimo por aqui. Minha família está bem, tudo certo por aqui. Me diz mais de você.

Ele começando a correr mais parar falar:
- Vou falar rápido porque meu crédito está acabando. Eles disseram que precisavam de um um engenheiro de informática e me escolheram. Então eu vou sair do quartel e vou para um escritório para monitorar alguns sistemas.

Perguntei então se ele sempre teria acesso a um computador e à internet. Ele disse que a um computador sim, mas não internet. Não poderia falar, abrir camera, digitar... talvez um e-mail, mas não sabe. Ele vai ficar lá até o final do mês que é quando acaba o treinamento e depois mudam ele de cidade. Ah meu Deus, que seja próximo a Istambul!

De qualquer maneira, isso já é uma boa notícia. Ele vai ficar na área dele, sem muito esforço físico, mais seguro. Achei que assim falaria mais com ele, mas hoje fiquei o dia inteiro na expectativa e nada. Me bate um estado de espírito de tristeza o tempo todo. Me seguro, porque tenho que conseguir vencer isso, falo, brinco um pouco, sorrio, faço minhas coisas... mas é como se tivesse um PESO aqui dentro do peito, sabe. É bem ruim, é bem difícil. Mas ok, Deus sabe mais, sei que vou entender lá na frente.

E hoje apresentei minha monografia. Esse assunto me deixou tão triste, que vou copiar o que postei no Facebook como o resumo da ópera:
"Monografia devia ser prova da resistência física e psicológica do Big Brother.

Apresentei em 15 min, ouvi mais de 1H de críticas sem fim, e comecei a segurar e choro pensando - reprovei. Depois da conversa dos professores, eles acharam o meu tema incrível e original, disseram que minha apresentação foi excelente, que falo bem, sou articulada, inteligente e demonstrei saber do que estava falando. Mas como era de se esperar, disseram que estava totalmente perdida, sem foco e dei um passo maior do que a perna, afinal, fiquei sem orientadora.

Conclusão: não fui aprovada, mas não quiseram me reprovar, porque eles acham que posso fazer um trabalho bom, e que tenho uma boa tragetória na universidade. Tenho até 24/01 pra refazer e entregar. Alguém me empresta um cérebro? O meu parou de funcionar..."
Foi muito doloroso por um lado, pois só Deus sabe da dificuldade pra fazer essa monografia, sem um orientador propriamente dito. Em algumas faculdades, você entrega, e eles não exigem muito. Eu já sabia que na minha universidade eles exigiriam muito e sabia que seria quase impossível terminar de escrever. Mas terminei, entreguei.
Hoje apresentei com o coração na mão. 30 segundos de elogio e sem exagero, 1H de críticas, sem parar. Minha cabeça estava quase explodindo. A minha banca falou coisas muito pertinentes e que eu precisava mesmo ouvir, já que sem direcionamento, você ficando andando de um lado para o outro sem saber exatamente por onde ir. Você perde o foco e não escolhe o caminho certo.
É muito muito muito muito muito muito muito muito ruim ainda ficar nisso até quase a véspera da minha viagem. (Eu ia dizer "ou não", mas não vou mais pensar que posso não ir. EU VOU, pronto). Daí ao invés de eu ter esses dias para relaxar e aproveitar minha família, vou ficar que nem uma mulher das cavernas, trancada aqui fazendo essas coisas. HAJA PERSEVERANÇA.

Que droga, eu só queria falar com meu namorado, passar meus dias com meus amigos de família antes de ir, preparar minha mudança... me fortalecer, estar bem, estar forte, estar em paz sabe? Mas parece que ainda tem muita turbulência por vir.
Ah minha gente... é isso, tô triste, tô cheteada, inquieta... mas eu não desisto. Desenvolvi uma técnica, que chamei de "auto-animação de si própria" hahaha. Nome mais redudante impossível, né. Mas é uma técnica que quando eu estou triste, mas não me permito deixar abater, falo uma palhaçadas pra mim mesma e rio sozinha, ou quando acho alguma coisa que possa distrair minha mente dos momentos difíceis, então vou colocar minha técnica em prática agora, postando um videozinho de quando o Emre estava aqui no Rio (porque acho que não postei nenhuma foto ou vídeo de quando ele estava aqui. Então vocês vão ver um turco na terra da praia e do futebol.
(Obs: Apesar de não ter no vídeo lembrei agora que não tem coisa mais bonitinha que ele falando "Copapacana" rsrs)
Prometo tentar fazer o próximo post ficar mais legal!
Um beijo meu povo e minha pova!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Primeiros dias no exército

Nós e um soldado turco em frente ao Dolmabahçe Palace. Ele ficou de olho fechado, mas é a única foto que eu tenho com o soldadinho. Tô parecendo uma anã na foto hahaha.
Gente, vou falar pra vocês... dá nem muita vontade de postar não.
Mas sou dessas que gosta de deixar tudo registrado. Gosto de parar, ler coisas sobre mim, sobr ea minha história. De meses ou até anos atrás, porque isso nos ajuda a ter um auto-conhecimento melhor. Relembrar o que foi que passamos, como éramos, como estava a nossa vida.

Ainda mais nessa história que daria quase que um livro, quero muito escrever tudinho e quem sabe até mostrar pros meus filhos lá na frente! E se tiver essa chance, vou obrigá-los a me amar, porque essa jornada tem mais emboscada do que a Chapeuzinho Vermelho no bosque.

Vocês não tem noção a agonia que é esperar notícias de alguém e não saber quando ela/ele vai chegar. Fico o dia inteiro querendo saber como o Emre está, como são as condições de onde ele está, se está comendo direito, como é a cama dele, como está sendo o treinamento, se são muito violentos com os soldados, se machucaram ele, se a pressão psicológica é daquelas pavorosas... porque todo mundo sabe que exército não é colônia de férias. Eles pegam super pesado com os homens, até pra testar a força física, a psicológica e o poder de resitência deles, em caso de confronto. E tem que ser assim mesmo, infelizmente, para que eles estejam preparados para o pior e que tenham condições de se manterem bem.

Não que eu ache que a qualquer momento vai sair uma guerra. Tenho o pensamento muito positivo de que ele vai ficar bem e de que vai voltar bem. Mas não posso ser inocente achando que ele vai lá passar umas férias e tal. Sei que não é.

De qualquer forma, sei que essa vai ser uma experiência muito importante para ele, para se fortalecer como pessoa, ficar mais "cascudo" sabe? Mais "casca grossa" pra lidar com o mundo e com os seres humanos, que cá pra nós, estão cada vez piores. Pra vida profissional profissional inclusive, sei que vai ajudá-lo bastante. Porque deve ter dado pra perceber pelo vídeo do post super dramático anterior que ele é um amorzinho de pessoa, e nem sempre nós... (os amorzinhos de pessoas hihihi) nos damos bem nesse mundão, onde o mais forte sobrevive. Então nesse ponto, acho que vai ser bom pra ele, se eu pensar racionalmente.

Outra coisa que sei que também será positivo é que: depois de tanto tempo esperando, tanto impedimento, tanta dificuldade, tantas lágrimas... de uma coisa eu tenho certeza: tanto eu, quanto ele, daremos MUITO valor à nós dois. Lembraremos de tudo o que houve e o quanto tivemos que lutar pra conseguirmos estar juntos. Então até nisso me sinto grata a Deus, porque vejo isso como uma oportunidade de nos fortalecer, de crescermos individualmente como pessoa, crescermos juntos como casal, para lá na frente, não desistirmos no primeiro problema, mas para nos unirmos e vencer qualquer batalha.

Na frente do tal Dolmabahçe Palace, que é LINDO! Que estejamos assim, bem pertinho outra vez, em breve. Estamos com a cara meio emburrada, porque a gente tinha se desentendido no dia. Mas e daí? Nos desentendemos, temos nossas diferenças e mesmo assim nos amamos muitão! :)
E nem posso reclamar, Deus já me ajudou tanto, fez tanto por mim, fez verdadeiros pequenos milagres por nós. Temos também que fazer nossa parte, provar que queremos de verdade aquilo que tanto pedimos a Deus.

Mas confesso a vocês que ainda que tenha tudo isso em mente, meu coração não é de pedra. Não consigo parar de pensar nele, de imaginar como ele está e quando vou falar com ele de novo. Ele me ligou hoje de tarde pra dar notícia e nem sei se foi mais positivo ou mais negativo. Fiquei o tempo todo me segurando, mas quando ouvi o "Oi Askimzinho" dele, as lágrimas desceram na hora! Falamos, sem exagero, uns 30/40 segundos no telefone. Ele falando correndo, que estava bem, que não tinha nenhum problema por lá, perguntando sobre mim também, dizendo que me amava muito e de que estava com muita saudade. E eu fiz o mesmo. E depois que ele desligou ficou um buraco aqui dentro do coração, sabe. Não é fácil. Mas não vamos desistir!

Taí um videozinho que eu gravei quando tava no lindo Dolmabahçe Palace. Gravei a apresentação dos soldados que tinham o dever de guardar o palácio. Do meu lado o amigo dele, Recep, (tentando) me explicar o que estava acontecendo ali. No finalzinho o Emre ainda diz que seria um soldado também, e vocês viram só minha reação né... Pois é, foi dito, e agora está feito. Ah e desculpem pela tremedeira da cinegrafista amadora :)

Obrigada a TODOS que leem o blog e que enviam pensamentos bons pra mim, mesmo sem escrever. E aos que escrevem, e nem sempre consigo responder tudo também... R. Mello, Marise, Mari, Lau, Dani, Andreiza Souza, Morena Flor, e tanta outras que deixam as mensagens mais fofas que as outras, que me emocinam de verdade e me fazem até sentir culpada por não conseguir responder tudo. Cês me desculpam? De qualquer forma, todo o meu carinho pra todas viu, de coração! <3

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ele falou com os pais e foi para o exército

O título já começa forte. Resume as maiores ansiedades que me rodeavam nos últimos tempos. E agora já aconteceu, já foi. Vou avisando a todos que o post de hoje pode ser bem triste. Então, se você não gosta de ler coisas do gênero, aconselho que pare por aqui a leitura desta postagem.

As primeiras coisas primeiro.
Já haviamos planejado que contar mais diretamente sobre nós dois aos pais dele, não passaria dessa semana. Ele está para ir ao exército, e como já disse aqui, as coisas por lá não são tão fáceis como no exercito daqui do Brasil. Achamos então que esse seria o melhor momento para falar com os pais dele.

Eles disseram, em uma das tentativas de contar sobre nós, que se ele casasse com alguém que eless desaprovassem, que ele não contasse mais com eles. Que não pedisse mais ajuda, e que poderia esquecer que era filho deles. Disseram isso num impulso, num momento de raiva é claro. Então, quando a nossa vida está passando por momentos delicados, de risco, de dor... temos a tendência a parar de falar coisas sem pensar, e lembramos que na verdade, não suportaríamos que nada de mal acontecesse com a nossa família e que a grande verdade é que, existe um grande amor ali. Então esse era o melhor momento.

Sexta-feira pela manhã, ele foi para uma internet café mais uma vez, como disse no post anterior, e eu mal conseguia me segurar de ansiedade para saber o que de fato aconteceria. Tive até que me forçar a dormir para acalmar a ansiedade. Já estava ficando tarde, então resolvi enviar uma mensagem de texto para o celular dele. Ele apareceu no Gtalk e disse:

Emre: Oi askim benim
Jessica: Oi askim, eu estava morrendo aqui. O que aconteceu? Você falou com seus pais?
Emre: Minha irmã pediu para mexer no meu celular, leu nossas mensagens e descobriu o que estava acontecendo.
Jessica: (chocada) AI, MEU DEUS! E agora?
Emre: Não posso falar agora, temos convidados... eu te amo, beijos princesa.
Jessica: Nãããão, não faz isso, o que houve?
Emre: Até mais tarde!

E ele desligou mesmo. Não preciso nem que isso me deixou muito mais nervosa. Não conseguia parar pela casa e comia tudo o que via pela frente. Entrava no quarto, olhava o meu laptop para ver se tinha mensagem dele e nada. Ia para sala, sentava 5 minutos, voltava para o quarto outra vez e nada. Não conseguia me acalmar. Eles tinham brigado com ele? Eles tinham me aceitado? O que tinha acontecido? Eu não fazia a menor ideia e isso me deixou inquieta por mais algumas horas.

Então me lembrei que na madrugada de sexta-feira para sábado sairia a confirmação de qual lugar ele iria cumprir o serviço militar e por quanto tempo. Meu nervosismo triplicou! Será que ia para uma cidade perigosa? Ele iria para uma cidade muito distante de mim? Ele se inscreveu para ficar 5 meses, mas e se resolvessem que ele iria ficar quase um ano?

Comecei a pensar em nós 2, pensar em tudo sabe? Que posso ir embora, pensar na apresentação da minha monografia, pensar sobre a família dele, sobre o exército, pensar sobre essa saudade que não me deixa. Comecei a chorar.

Assiti nossos vídeos, via nossas fotos, abraçava o travesseiro e as horas pareciam não passar. Até que o vi postar no Facebook a o documento de confirmação do exército e uma mensagem dele dizendo coisas em turco, que nem o tradutor (como quase sempre) ajudou completamente. Só tinha entendido que ele ia ficar pelo período curto, 5 meses. GRAÇAS A DEUS! Mas e o resto? E aquelas siglas que eu não conseguia entender?

Olhei a minha lista inteeeeeeeeira de contatos, pra tentar achar alguém que pudesse traduzir para mim. Vi a Marise e a Sirlene (MUITO OBRIGADA, MENINAS!). Falei que nem uma louca mal educada com elas, mal cumprimentando direito. Eu estava muito nervosa mesmo, minhas mãos tremiam. Colei a mensagem pra elas, e perguntei se os respectivos maridos poderiam traduzir para mim. Eles traduziram, e me disseram a cidade (que prefiro não dizer aqui pela segurança dele). É uma cidade muito muito muito muito longe de mim. Não fazia ideia se era perigoso ou não, mas poderia ser, e ainda era longe. Desabei no choro de novo.

Até que as meninas me disseram que eram um dos melhores lugares para se estar, que era seguro, e que era muito provável que ele ficasse num lugar que trabalhasse com a área dele. Isso me acalmou um pouco mais. Tadinhas, elas se desdobrando para me acalmar. Fechei o Facebook e fui lavar o rosto para me acalmar, e quando voltei para o quarto tinha mensagem dele. E foi só aí que eu pude ficar tranquila. Ele me disse que estava muito feliz e agradecido a Deus, porque de fato, tinha muita sorte de ir para tal lugar, porque era um dos melhores e mais tranquilos. Ele vai ficar na Marinha na verdade, e não no exército, usando aqueles uniformes lindos! (ehehe, já imaginei ele todo bonitão de uniforme branco da Marinha. Adoro dele de camisa branca, combina bem com o cabelo dele). Pronto, agora eu estava mais em paz. Melhor que ele esteja longe e salvo, do que perto e de repente em risco.

Ele disse que paga passagens de ida e volta para mim, pelo menos uma vez por mês. E ora, para quem só o viu 2 vezes nesse ano, já é muito mais do que eu tinha. Já estivemos muito mais longe, esse é um dos últimos passos... Então só agradeço a Deus por ter chegado até aqui, e peço força para as próximas lutas.

Agora sobre os pais:
Ele estava no banho, quando eu dei um toque no celular dele. E a irmã no intuito de ver quem era e avisar a ele, pegou o celular. Ela viu o meu nome, e como há seculos já desconfiava (com toda a razão), foi procurar mais coisas no aparelho. Ela viu as nossas mensagens com direito a "eu te amo", "sinto saudades de você", "estou doido para te ver e te abraçar de novo", e todas essas coisas de amor.

Pronto, ela agora sabia o que estava acontecendo. Mas ela ficou quieta e só no dia seguinte pediu para ver o celular dele outra vez. Ele ja tinha apagado nossas recentes mensagens, para não correr o risco jutamente de uma situação assim acontecer.  Ela disse que não achava o que tinha visto no dia anterior. Ele ficou vermelho e nervoso. Até que ela disse:
- Emre, você conta pro papai ou eu conto.
- Contar o que? O que você viu?
- Você sabe do que estou falando.

O pai dele o perguntou o que era. Perguntou se estava acontecendo algo entre ele "e a menina brasileira". Então, tadinho dele, respirou fundo, e contou que estavamos namorando e que nunca tinha dito nada por medo da reação deles.

O pai, preocupado, chocado e muito triste começou a fazer todo o tipo de pergunta:
1) Mas a cultura e a religão dela são diferentes da nossa. Casamento não é assim, é coisa séria, no futuro isso vai trazer muitos problemas e brigas entre vocês e ela vai querer se divorciar de você! E o que você vai fazer Emre, se ela se divorciar de você?
2) O que ela vem fazer quando morar aqui? Vai trabalhar com o que? A família dela vai poder ajudar se vocês se casarem?
3) Ela é estrangeira, e você sabe como os estrangeiros são... os hábitos deles, o que as mulheres fazem, como são, como se vestem...
4) E se ele quiser voltar para o Brasil e deixar você?

E por aí foi.

Mas ele deu resposta pra todas essas coisas. Disse como eu sou, como é minha personalidade. Mais caseira, que não bebo, não fumo, que sou uma pessoa sorridente, brincalhona, carinhosa, amorosa, que sonho muito em formar uma familia, ter filhos E acima de tudo, disse que eles não poderiam me julgar antes de me conhecer. Ele pediu a chance de me conhecerem, passarem um tempo comigo, pra só aí terem uma opinião formada sobre mim. Isso de ter várias suposições (das piores possíveis, aliás), só de ouvir falar, não podia acontecer.
A irmã dele se mostrou bem chateada, disse que estava desapontada e de que não queria ver a mãe mal. Ela já estava muito chorosa pelo fato do Emre estar próximo de ir para o exército e que se ele fizesse ela passar isso, iria fazer muito mal a ela, e que não deveriam contar agora.

Graças AO BOM DEUS, o pai dele disse:
- Então está bem. Quando você sair do exército traga ela aqui, nos vamos conhecê-la como você está pedindo.
 A irmã dele disse que ok, que iriam me conhecer, mas que se ele pudesse terminar comigo antes, que seria melhor, já que afinal, as pessoas mudam muito depois do casamento, e que eu iria mudar também e coisa e tal. Escrevendo parece até bem simples, mas sei que foi difícil pra ele, e que demos um grande passo.

Confesso que fiquei MUITO surpresa com a atitude do pai dele. Foi muito supreendente para mim. Mas já me fez ter um carinho especial por ele, por ter dado uma chance para alguem que só quer fazer o Emre feliz sempre, em qualquer circunstância. Minha família ficou triste por ter ouvido a história de um modo geral, porque ninguem quer ver a filha passando por isso. Mas tenho na minha consciencia de que fiz tudo o que podia. Sei que o Emre está do meu lado também, e o fato dele ir para o exército agora (por um pedido inicial meu), e com a concordancia dele, me mostra muito isso. Ele quer ir logo, só para poder falar com os pais logo, e se casar comigo o mais rápido que puder.

Nos despedimos há pouco mais de 2 horas atrás. Ele voltou a internet cafe para me ver. Falamos por uns 20 minutos, porque em breve o ônibus para a cidade que ele tinha que ir, saía. E nesse tempinho de muito muito choro (que não está no video), pude ouvir dele, e sentir sair do coração do meu amor, o quanto me ama, e o quanto ele é especial para mim.

(Se você não quer ver algo triste, NÃO VEJA ESTE VÍDEO)

Vai com Deus meu amor. Deus te proteja, te ajude, te dê forçar e te traga logo para mim. Não sei quando verei seu rostinho de novo, nem que seja pela webcam, mas já espero ansiosamente para, em breve, ouvir sua voz. Não chora, fica bem, que eu vou ficar bem por aqui também. Já já estou aí, e entro num avião pra te dar um abraço bem apertado. Ao meu carequinha mais lindo do mundo (tadinho, quando o vi de cabelo raspado, me doeu tudo por dentro), todo o meu amor.

Obrigada aos que me desejam coisas boas. Eta história sofrida, mas não abriria mão dela mesmo assim. Beijos beijos beijos

Aaaaaaaah, e PARABÉNS ao meu casalzinho lindo Katia e Murat, eles se casaram ontem aqui no Brasil. Kátiaaaaa, para de me matar de ansiedade e posta as fotos de você de noiva! Amo você amiga, você merece isso e muito mais. <3

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Perto do fim

Pronto, voltei pra cyberlife.

Tenho tanta novidade, tanta coisa pra dizer.
Entreguei ontem as 3 cópias da minha monografia finalmente, e agora é só esperar a apresentação na semana que vem. Pelo menos este item já foi riscado da minha lista. Se tudo der certo, este será o meu "adeus" à Universidade. Todos dizem que vou sentir saudade destes momentos, e olha, eu tenho quase que certeza de que não irei ahaha. Sentirei saudades dos primeiros períodos, que foram muito divertidos, saudades dos meus amigos, das brincadeiras e tudo mais. Mas nesse momento, e nestes 2 últimos períodos, tudo tem sido muito tenso, a faculdade tem sido um peso pra mim... e eu mal posso esperar pra me formar e não pensar nisso nem tão cedo.

Oh a capa da bendita aí. O tema não é NADA puxa-saco, né?
Umas das professoras da minha banca até riu, porque parece até piada o tanto de coisa que acontece em cima da outra pra mim agora, mas eu devo apresentar minha monografia meio cegueta. Hoje devo ter a resposta do meu plano de saúde, se vai cobrir ou não, mas devo fazer a cirurgia dos olhos na semana que vem, na quarta-feira, bem antes da apresentação. Não tinha mais outra data pra esse ano, então foi essa mesmo.

Estou há um tempo pra fazer essa cirurgia, eliminar a miopia e não ter mais que usar óculos. Meu plano de saúde acaba no ano que vem, porque faço 24 anos, e já não tenho mais direito a pensão alimentícia ou plano de saúde. Então eu tô correndo pra ir em tudo quanto é médico, fazer check up de tudo, resolver tudo que posso pra estar 100% no ano que vem.

Cortei meu cabelo, que ficou um pouco mais curto do que eu gostaria, mas até que gostei bastante do resultado. Ficou bem moderno, diferente, fiquei com menos cara de menina, e mais cara de mulher, uaaaaaau. hahaha :p

Não é exatamente que eu pedi, mas já que ficou assim, vou aproveitar :)
E agora meu coração está apertado de duas maneiras. Neste domingo agora o Emre vai para o exército. Ficaremos sabendo hoje de para qual cidade ele vai, por quanto tempo ele fica e estamos muito tensos. Ele está lá em Kirsehir, nessa semana, para aproveitar os dias com a família, e tenho procurado dar muito suporte pra ele e me mostrar bem forte, porque ele não precisa de uma chorona como eu nessas horas.

Parece até que a ficha não caiu até agora, porque já estamos longe mesmo, já tenho que lutar com essa distância há muito tempo, então parece até que não se sente muito bem o impacto dessa história. Mas no primeiro mês por exemplo, ele fica em treinamento e não sai nenhum dia, fica completamente interno. Então terei que esperar pelas ligações dele do telefone do quartel. Do mais, não posso fazer nada a não ser esperar e esperar.

Agora pela manhã, ele foi num internet cafe perto da casa dele, para eu vê-lo um pouquinho (porque para melhorar, o notebook dele deu problema e ficamos falando só pelo celular dele), e olha, desabei em choro. Tadinho, ele está com uma aparência de nervoso também, de medo, de saudade... e isso partiu meu coração. Ele começou a falar, sobre o quanto fica imaginando pra onde é que ele vai, e eu comecei a chorar. Queria tanto tanto tanto tanto que ele ficasse em Istambul! Mas não faço a menor ideia ainda...

Mas bem, tomamos essa decisão juntos. Então disse a ele que levaremos até o fim, e nada muda nosso objetivo. Estarei aqui, mais um vez, esperando por ele. Estarei ao lado dele, para cuidar dele (se eu puder), para dar suporte a ele, para orar por ele e mostrar que ele não está sozinho, e de que eu estou aqui. Haja o que houver. Ele sempre me lembra de que se ele está indo agora, é porque ele quer acelerar o nosso futuro. Ele quer um emprego melhor, e precisa cumprir logo o serviço militar. Precisamos também ajustar as coisas em relação aos pais dele, que querem que ele noive assim que voltar do exército. Como já estarei na Turquia, podemos começar a colocar esse plano em prática.

Falando em pais dele, FINALMENTE, ele vai falar de mim de uma maneira direta.
(Se você que lê, achou essa minha informação estranha, procure ver os outros posts antes de pensar mil coisas)
Ele sempre falou de mim, já falei com eles inúmeras vezes pela webcam, mas nunca assumimos exatamente para eles o nosso relacionamento. Dizer agora também vai servir para que eles tenham tempo (pelo menos 5 meses e 2 semanas) para digerirem esta informação com calma, para pararem de procurar meninas pra ele  conhecer (esse turco já é meu rs!), e porque também eles estão num momento mais amoroso com o Emre, ele vai falar sobre mim com mais detalhes, vai falar que me ama e que quer se casar comigo.

Aliás, acho que ele pode estar falando isso nesse exato momento... [frio na barriga total]
Mal posso esperar pra ele me mandar mensagem de novo no Gtalk e contar tudo. Só peço a Deus que tudo fique em paz e que seja o fim de uma era difícil, para poder começar uma outra melhor!

Começo agora a me despedir de tanta coisa. Me despedir da universidade. Me despedir da minha família (e meu avô que agora todo dia solta um: "É... esse quarto vai ficar vazio, porque você vai embora né" e me parte o coração. Me despedir da minha antiga vida, da antiga Jessica, que agora vai aprender a se virar sozinha. Me despedir do meu país e de tudo que nele existe.

Sabe uma pessoa, que mal consegue olhar as coisas de Natal que os olhos já se enchem de água? Essa pessoa sou eu.

Ontem, estava até no centro da cidade e comprei umas besteirinhas para o meu kit de sobrevivência na Turquia. Ainda faltam mais coisas que gostaria de comprar. Posso voltar de viagem no mês seguinte. Mas posso também não saber quando voltar, então quero montar todo o meu aparato para momentos de saudade aguda. E eu lá na loja, olhando chaveiros, fotos, enfeites, sobre o Brasil e o Rio de Janeiro, me segurando para não chorar.

A primeiras coisas do meu "kit-saudade"
Não é fácil se despedir, não é fácil dizer adeus. Ainda que este adeus seja apenas um até logo. Quando as coisas vão chegando perto do fim (ainda que seja só de um ciclo), o coração vai ficando pequeno e apertado... mas é aquilo que sempre dizem, as coisas velhas se vão para dar espaço à coisas novas. E acho que isso é a vida, uma constante roda de chegadas e despedidas. Não precisamos achar fácil, acho que só precisamos aceitar e aprender a vencer...