segunda-feira, 30 de abril de 2012

[Vídeo] Para se apaixonar (outra vez) por Istambul

Vi esse vídeo, dica da Gabriela no Facebook, e simplesmente me apaixonei outra vez.
Impossível não sair com os olhos brilhando.

 [Clique aqui e assista] - O Blogger não me permitiu adicionar o vídeo diretamente.
Aproveitem e apaixonem-se.


Beijos a todos!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Relacionamento intercultural: MUITO mais difícil do que parece

Há algum tempo atrás, eu li em algum blog, a autora escrever que se tivesse que aconselhar sobre relacionamentos com alguém de outro país - especialmente se este país for muito diferente do nosso - que ela não recomendaria. E essa semana conversando com o Emre, eu cheguei a essa mesma conclusão: eu também NÃO RECOMENDO.

Antes que me apedrejem, me ameacem de morte e tomem raiva de mim (rs, calma gente!), vou abrir meu coração e explicar o porquê.


Pra começo de conversa, namorar alguém da mesma cultura, do mesmo país, que possa entender a sua origem e quem você é, é infinitamente mais fácil do que amar alguém lá do outro lado do mundo. Daí que isso também não garante que um brasileiro, vá te amar e te entender - nem brasileiro, nem qualquer outra pessoa na verdade. Acaba que na vida, nada é mesmo 100% garantido, a não ser a certeza de que um dia todos morreremos.


Sabe o que eu recomendo? RECOMENDO QUE VOCÊ ESTEJA AO LADO DE QUEM VOCÊ AMA DE VERDADE, DE TODA A SUA ALMA, DE TODO O SEU CORAÇÃO.

Sabe o que eu NÃO recomendo? Que você se relacione com alguém de um cultura diferente, porque você seu sonho é poder dizer pros outros que seu namorado é estrangeiro, ou ter o sonho de morar fora do Brasil. OU então, simplesmente ter a ilusão de que tudo é fácil e incrível - porque não é.

E quando as duas coisas acontecem simultaneamente? Amar muito alguém (não disse paixão e encantamento, eu disse AMOR) e esse alguém ser de uma cultura tão diferente? Então minha amiga, se prepara porque lá vem muita coisa difícil  pela frente. E não são aquelas dificuldades que qualquer casal passa não. São essas dificuldade naturais de qualquer relacionamento, somadas à outras, só que 10 vezes mais difíceis.

Se você acha que com esse post eu quero desencorajar a quem, assim como eu, ama um turco, e passa por aqui para ler o blog, favor pare e desafaça esse pensamento agora, porque não é MESMO o que eu quero aqui.

Mas sabe o que eu acho justo? Eu acho justo quando uma pessoa pode fazer uma escolha de olhos bem abertos, consciente e esclarecida do que ela quer. O lado bonito, esse você já sabe. Você já vive desde o primeiro momento que conheceu o seu amado. As conversas são mágicas, os momentos entre vocês são lindos, os sonhos de vocês são emocionantes. Eu sei disso tudo, porque já passei por isso e ainda tenho muitos momentos assim. Portanto, você não precisa de mim nem de ninguém pra te dizer o quão mágico isso tudo pode ser.

Às vezes, o que todo mundo precisa é de uma dose de realidade. Uma dose do lado feio também, um dose de conhecimento da dificuldade que pode vir, uma dose da tristeza dos momentos duros. Por que eles existem pra mim e pra você. Seja no Brasil, na Turquia ou no Japão. Seja com seu namorado, com sua família ou com seus amigos. Seja você homem ou mulher. Tenha 20 ou 50 anos. A dificuldade é para absolutamente todos, basta estar vivo.

Mas será que mesmo sabendo de tudo o que pode existir de ruim também, você teria vontade de seguir em frente?

Vamos há alguns exemplos.
Lembrando que CADA HISTÓRIA tem um rumo e um desfecho diferente. Vou dar alguns exemplos da MINHA VIDA, de algumas histórias de pessoas próximas a mim, ou até de algumas que li por aí, pra você ter uma noção e se fazer essas perguntas, só como um teste e auto-reflexão:

1) Olhe para sua casa. Tenha você crescido nela, ou seja você morador recente. Como você se sente de deixar o seu lar, o seu canto, do seu jeito, para trás?

2) Pense na sua família. Sua mãe, seu pai, seus irmãos, seus primos, tios mais distantes, parentes próximos... Tenha você um bom ou mal relacionamento com eles... Como se sente em saber pode ser que demore meses ou até mesmo anos para vê-los pessoalmente? Como se sente em não poder abraçar sua família nos seus momentos de crise? Pense em todas as brincadeiras e risadas, que vão somente acontecer quando os fusos horários baterem, e se essas pessoas conseguirem bater com o mesmo horário que o seu, na internet.

3) Pense na suas manias e hábitos mais difíceis de serem abandonados. Sua comida favorita, seu jeito de guardar suas coisas e arrumar a sua casa, o doce da padaria da esquina que você adora, aquele shampoo com o seu cheiro favorito, o guaraná que você toma nos almoços de Domingo. Como se sente em, de um dia para o outro, não fazer mais nada disso e não ter mais acesso e nenhuma dessas coisas, mas começar a ter toda uma vida nova, sem as mesmas pessoas, sabores, gostos e lugares?

4) Se imagine, tentando explicar uma tristeza sua, uma dor física que esteja sentindo, se comunicar nas coisas mais bobas, fazer piadas, dividir momentos... e na maioria das vezes, não conseguir se expressar, ou não conseguirem te entender? Seja você imitando um personagem famoso do Brasil e as pessoas te olhando com uma cara estranha de quem não consegue achar graça, porque aquilo não faz sentido pra elas, ou seja você sentindo falta de brigadeiro (que quase todo mundo no seu país adora) mas que você faz, no seu novo país, e todo mundo acha aquilo estranho e não quer comer. Como você se sentiria?

5) Paçoca, Bananada, Maracujá, Feijão Preto, Leite Condensado, Guaraná, Açaí, Aipim (ou Mandioca/Macaxeira), Cajú, que agora você só vai comer em ocasiões especiais e em muito menos quantidade, porque ou não tem onde você mora, ou são muitos caros porque só vendem em lojas especializadas em produtos importados... Tudo bem pra você?

6) Você que teve sempre amigos homens ou mulheres, sempre riam juntos, saíam juntos, conversavam por horas, brincavam com o maior carinho, de repente se você tendo que mudar esses hábitos em relação aos do sexo masculino. Você agora fala menos com eles, ou não fala. Ou ainda que continue falando, já não pode abraçar ou ficar muito próxima fisicamente (não disse, AGARRAR O AMIGO, disse, a proximidade normal e calorosa que estamos acostumados, dentro do limite do respeito), porque o seu amor, simplesmente por uma diferença cultural, não consegue entender absolutamente o porque daquilo e tem muitas e muitas brigas com você por causa desse assunto.

7) Se você tem aquele vestido favorito, aquela blusa de presente que ganhou de uma grande amiga, ou aquele short que te acompanha por váááários verões, largaria de mão, facilmente e nunca mais os usaria porque seu namorado pede pra você não usar mais? ( E mais uma vez, não disse, MICRO SHORT e Decotão, ok? To dizendo as vezes de um vestido, que todo mundo sempre considerou "normal", mas estar há alguns dedos acima do seu joelho e ser considerado, curto demais, por exemplo).

Eu poderia continuar infinitamente nesta lista.
Quem tem a razão? Todo mundo tem. Você ou o seu amor.
O que é o "normal", como é no Brasil ou na Turquia? Ambos são "normais" (entre aspas, porque normal varia MUITO de um ponto de vista, não é verdade?)
O que é melhor? Não existe melhor, só existe aquilo que somos acostumados. Aquilos que os pais, dos pais, dos pais, dos pais, dos pais, dos nossos pais foram ensinados a fazer e que estão, sem nem entendermos como, correndo nas nossas veias.

Quem vive um relacionamento com um turco na prática, ou pensa em viver, em algum momento pode sentir ou se questionar algumas dessas - ou outras - questões. Quem está de longe e ainda não sentiu isso na pele, pode achar tudo um bando de futilidades e coisas muito pequenas se compararmos ao amor do nosso companheiro. Mas no dia-a-dia, na luta da vida real, tudo isso junto pode SIM fazer toda a diferença na nossa vida. E algumas dessas pessoas, depois que já estão lá, e a coisa tomou proporções maiores, é que finalmente conseguem entender que namorar ou se casar com um estrangeiro, são é só bacana e incrível de se contar pros amigos e publicar no Facebook. Que mudar de país e começar tudo do zero, não é só um conto de fadas onde tudo é mágico sempre, porque afinal, você está no exterior e blá blá blá.

Quem pensa só nisso ainda não está de olhos abertos.
Um casamento com alguém de outro país pode sim ser incrível - tenho muitas histórias assim pra contar. Agradeço MUITO a Deus, por ter conhecido o Emre, porque não consigo mais imaginar minha vida com mais ninguém além dele. Isso depois de muuuita espera, depois de muita briga, depois de ter ouvido coisas que não gostei, depois de ter dito coisas que me arrependi, depois de ver ele careca, depois de ele ter me visto descabelada e desarrumada, depois de ter visto ele pagando mico, depois de ele ter visto meus fracassos, depois de eu perceber que tem coisas que nunca vou concordar com ele, depois de ele saber do meu passado...
Depois de tudo isso, ainda assim, vi que hoje quando ele saiu do quartel e foi na LanHouse pra me ver, olhávamos para um para o outro com o maior sorriso do mundo, de quem sente saudade de verdade, de que ama o outro e ama estar com o outro.

A fase da perfeição vai acabar e isso é normal, é importante até pra que o relacionamento cresça.

Então à vocês, minhas queridas que passam por aqui pra dividir experiências, o que eu tenho pra dizer hoje é: saiba que uma conversa inocente de MSN com alguém novo, pode SIM mudar toda a sua história para sempre. Podendo ter um "final" triste ou muito feliz (entre aspas de novo, porque acho que a nossa história sempre tem continuação e não só um final). Então, estejam preparadas, estejam conscientes, porque a vida tem todo o tipo de história. Não é somente falar "askim" pra cá, ou "seni seviyorum" pra lá. A vida é, sem sombra de dúvida, muito mais complexa do que palavras bonitas.

Se você tem total consciência disso, se tem os olhos bem abertos e está disposta a abrir mão de muita coisa que antes era IMPRESCINDÍVEL pra você e tem muito, mas MUITO amor no coração por aquela pessoa, eu digo: toda a sorte do mundo pra você, que você seja mais feliz do que minhas palavras estejam te desejando! Mas se ainda nunca parou pra pensar nisso, se ainda não refletiu nas consequências e acha que está tudo perfeito, desconfie e pense outra vez.

Nem você, nem eu, queremos ser pessoas que mudaram toda a vida por algo que não existia, ou até mesmo que não estávamos verdadeiramente dispostas a viver (por simplesmente não temos pensado melhor antes, ou discutido afundo este assunto antes - e quando eu digo afundo não é só perguntar onde vão morar no futuro, mas é saber de tudo mesmo, expor ideias, opiniões, dividir sonhos, questionar situações complicadas, indagar questões financeiras e sobre filhos, ser sincero sobre a sua religião e a do outros, etc).

Esse post é um desabafo meu, que apesar de muito grata a Deus e extremamente feliz por tudo o que tem acontecido, quis expressar que essa menina aqui às vezes também chora de saudade de casa, que tem sentido o peso da nova adaptação - apesar do incrível apoio e benção que tenho recebido -, e que como outro ser humano qualquer, algumas vezes para ese pergunta "Meu Deus do céu, quê que eu tô fazendo aqui?" rs.

Esse post é também um alerta pra todo mundo que tá começando um relacionamento assim. É claro que é até compreensível a gente cair na besteira de mergulhar no mundo cor-de-rosa do amor, sem conseguir ter a real dimensão que a sua história de vida pode tomar  no futuro. Afinal como vamos saber que por causa de um relacionamento que começou em simples trocas de primeiras palavras com aquele desconhecido, a sua vida irá vira de ponta cabeça? Mas eu encorajo que todas tenham muito pé no chão a cada passo e que não se permitam iludir nem pelo outro, e especialmente por si mesmas - porque sim, às vezes somos as maiores responsáveis pelos nossos próprios enganos e arrependimentos.

Tem um post MUITO bacana da Dani, do blog Diário da Dani, também sobre relacionamento intercultural, que vale muito a pena ler, é só clicar aqui.

Se eu falei alguma besteira, já peço desculpas adiantadas, mas espero que sirva de alguma coisa.
Beijocas, minhas flores queridas. Fiquem em paaaaz :)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Música Turca - Minhas Favoritas! [Versão 2][Editado]

[*Adicionei 5 novas músicas, por isso editei o post!*]

Um dos posts que o pessoal mais visitou aqui no blog, foi o que eu falei das minhas músicas favoritas da Turquia, nesse post aqui. Esse foi também um dos posts que eu mais demorei pra fazer, mas um dos mais divertidos também, porque dança é um assunto que eu gosto muito.

A música tem o poder de elevar o nosso humor, ela as vezes funciona como um psicólogo que consegue traduzir todos os nossos sentimentos quando não conseguimos sequer abrir a boca, ela pode dar a voz aquilo que queremos dizer e não sabemos como. Nos emociona, nos alegra, nos alivia... Nos enriquece, quando é aquele tipo de música "cultura" ou apenas nos distrai, com aquele tipo de música "entretenimento.

Então hoje fazendo uma das minhas pesquisas, lembrei de dividir aqui com vocês, algumas das novas músicas que eu conheci (sendo elas recentes ou não) e que gostei.

Sem muito mais, lá vão:
  • HADISE - Aşk Kaç Beden Giyer

  • GÖKÇE - Tuttu Fırlattı
O sobrinho de 1 ano da minha amiga canta "mamamana mamana mana" e eu vou na dele, né rs

  • SILA - Kafa
Sem querer estragar a música, mas apesar de "Kafa" significar "Cabeça", só consigo pensar de Cafa de cafajeste, quando eu leio rs.

  • MURAT BOZ - Geri Dönüş Olsa
Acho que mínha música favorita, dessa lista. Um pop romântico bem fofo.

  • MURAT BOZ - Hayat Öpücüğü
Ele faz uma carinha de apaixonado nessa música que derrete a gente hahaha.

  • MURAT BOZ - Aşkı Bulamam Ben
MORRI! (Sem mais comentários rs)

  • BERKAY - Deja vu

  • SINAN AKÇIL FEAT. HANDE YENER - Atma
Hande Yener, mostrou quem é que manda e empurrou o pobre do Sinan, o clipe inteiro rs. 

  • HANDER YENER FEAT. SINAN AKÇIL - Tesekkürler


  • OZAN DOGULU FEAT. ATIYE - ASKISTAN
Daqueles clipes que te tira um sorriso, sabe?

  • DEMET AKALIN - Bozuyorum Yeminimi

  • DEMET AKALIN - Aşk

  • DEMET AKALIN - Sabıka
Desculpa, mas se você NÃO quer ver um monte de homem gato na piscina, NÃO assista esse vídeo. Grata.

  • SERTAB ERENER - Here I am

  • SERTAB ERENER - Bir Çaresi Bulunur


  • SERTAB ERENER - Every way that I can
[Se o link não abrir no seu país, veja o clipe original aqui]
Canção vencedora da Eurovision em 2003, os turcos morrem de orgulho até hoje! A Sertab, e a música em si, na minha opinião mereciam mesmo o prêmio, mas a apresentação em si não ficou muito boa não! Mas mesmo assim eles levaram a platéia a loucura e conseguiram levar o prêmio. Clique aqui se quiser ver o vídeo da apresentação.

  • MANGA & YILDIZ TILBE - Hani Bir
Um pop mais rockzinho, diferente.

  • TARKAN - Adımı Kalbine Yaz
Tarkan é mesmo o príncipe da Turquia, não tem jeito. O melhor dos melhores.

  • TARKAN - Kayip




  • CAN BONOMO 
Essa música vai representar a Turquia na Eurovision de 2012

É isso. Post com música sempre é divertido né, espero que tenham gostado de algumas das que eu selecionei pelo menos. Mas se não gostaram, mesmo assim acho que vale conferir os videos do Murat Boze do Tarkan,  que são feinhos demais né rsrs.

Beeeijos, meninas!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Participando de um "Çocuk Bayramı"

Você sabe o que é comemorado no dia 23 de Abril, aqui na Turquia?
Diferente de como é no Brasil, o Dia das Crianças, que é celebrado no dia 12 de Outubro, acontece no dia 23 de Abril por aqui.

Neste dia, no ano de 1920, a Grande Assembleia Nacional foi fundada e para comemorar tal evento, o dia 23 de Abril foi proclamado como feriado nacional em 1921. Porém, desde 1927 se tornou também oficialmente, como um presente de Atatürk - fundador da República - para os pequeninos da nação, o Dia das Crianças (em turco: Ulusal Egemenlik ve Çocuk Bayramı = Festival Nacional da Soberania e das Crianças).

Não só um feriado nacional e um motivo de festa e brincadeira para as crianças, a comemoração abriga vários eventos e apresentações. Algumas delas em escolas locais, porém a maior e mais conhecida é o "TRT International April 23 Children's Festival", comemorada inclusive por outros países como Alemanha, Espanha, Egito, Albânia, Tailândia, dentre tantos outros.

Taqui um vídeo da apresentação de gala, das próprias crianças da Turquia, na comemoração do ano passado:

Já essas são as crianças da Espanha, na sua apresentação. Tudo isso acontecendo na Turquia, também como uma maneira de mostrar toda a famosa ótima hospitalidade do povo turco.

Hadise, cantora pop que faz o maior sucesso por aqui, se apresentando pra animar a galera rs:
O festival tem sido celebrado internacionalmente desde 1979, mas a sua primeira comemoração aconteceu em 1920. Um dos grandes objetivos deste festival é contribuir com a criação de um mundo onde as crianças possam viver num mundo que desenvolva os sentimentos de fraternidade, amor e amizade.

Hoje, eu pude sentir um pouquinho mais dessa comemoração, assim como no post anterior onde mostrei o Festival da Primavera. Mais uma vez, fui nessa mesma escola assistir as apresentações que as crianças fizeram para os pais e amigos e foi a coisa mais fofa! A escola estava toda decorada e as crianças com roupas especiais.

Uma das salas de aula
Pátio da escola todo decorado
E os corredores também! :)
Aqui, um pouco antes do evento começar... os pais sentados e as crianças só esperando a festa e as apresentações começarem.

Oh ali que bacana, uma menina jogando basketball com os meninos
Não parecem 3 princesas da Disney? Lindinhas demais, queria levar até pra casa rs :))

E não tem só música turca, vamos de Waka Waka!  rs

Lembram do post que eu estava mostrando uma dancinha turca típica? Oh ela aqui de novo. Coisa mais linda do mundo a roupa das meninas, parecendo noivinhas!

E aqui os menorzinhos cantando umas das músicas especiais pra esse dia "Yirmi Üç Nisan - Vinte e três de Abril"


E algumas fotos pessoais:
Porque quando você é estrangeiro, você meio que vira ATRAÇÃO turística/circense né rs. Daí lá vou eu tirar fotos com as amiguinhas da Gaye, umas queridas também! 
Minha família turca
Tá vendo esse senhor de terno e de óculos, sentado à esquerda da foto? Ele é o diretor da escola. Meus vizinhos foram lá falar com ele, e quando falaram de mim, ele pediu pra ser apresentado a mim. E ele foi a pessoa mais querida, dizendo que estava feliz por eu querer fazer parte do festival também e que era uma alegria me receber. E de quebra, ele tava com uma flor na mão e me deu, que gracinha! :)
Oh a flor aqui. Um dos tesouros da primavera! <3
Bengisu, a amiga mega estilosa da Gaye.
Bem, TIVE QUE tirar uma casquinha desse óculos ultra fashion haiuahuihiauh
Me despeço agora com os erros de bastidores hahaiuahu. Como sempre um beijão a todos!
Até a próxima postagem (espero que me venha alguma ideia genial, que minha criatividade pra esse mês tá escassa rs).

Ps: aqui estão algumas das fontes que eu visitei para montar esse post, quem quiser saber um pouco mais, clique aqui, aqui ou aqui no site Turkish News.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Participando de um "Nevruz Bayrami"

No último dia 21 de Março (é, tô bem atrasada, eu sei!), houve na escola dos filhos da minha vizinha a comemoração do que chamamos de "Nevruz Bayrami", que significa algo como Festival do Novo Dia, Festival da Nova Luz do Dia, ou até mesmo Festival da Primavera, já que é isso o que é comemorado: Depois de tantos meses de frio e de menos incidência solar, a chegada da linda Primavera. Nevruz é a festa do renascimento, de renovação da natureza, de um novo início.


Essa festa é feita e comemorada, principalmente por crianças. Na semana do Nevruz Bayrami, vi na televisão uma série de reportagens e matérias sobre jovens e crianças comemorando esse dia, tanto nas ruas, como em suas casas e escolas também. Infelizmente, como em todo o lugar, tem sempre alguem que gera confusão. Lembro que o Emre me ligou e pediu cuidado ao andar pelas ruas. Mas fora isso, foi muito bacana poder observar algumas das tradições.


A mais curiosa para mim, porque me lembrou muito o meu BRASIL, foi a tradição de pular fogueira, assim como acontece nas Festas Juninas mais tradicionais.

Pra minha sorte de turista recém-chegada, na escola dos filhos da minha vizinha, os professores e diretores da escola organizaram a comemoração desse festival para as crianças (e vamos combinar, que tinha muito adulto entrando na brincadeira também rs). As mães preparam doces e salgados, parte das aulas foram suspensas, os alunos foram todos trazidos para a parte externa da escola, e dá-lhe brincadeiras.

Na fachada da escola, 2 das coisas mais comuns de se ver em toda a Turquia: A Bandeira e a imagem de Mustafa Kemal Atatürk - que por vezes é substituída só por sua assinatura, ou monumentos em sua homenagem.
As crianças brincando, já esperando as atividades começarem. Oh que bonitinho o uniforme :)
Algumas delas: 
Uma das coisas que mais adoro: Dança Típica!

Pulando Fogueira

Martelando o metal - Se você me perguntar o que e como, não sei explicar exatamente. Mas me soa como uma demonstração de força entre os homens!
Agora a vez dos mais jovens! :)
Aterrar e regar uma nova planta. Acredito que seja pra reforçar a celebração da Primavera, nada mais bonito e significativo, do que uma nova plantinha a ser cuidada.
E do mais, do que eu vi no dia, tiveram também simplesmente as brincadeiras das crianças. As meninas pulando corda, como criança mesmo sabe? Coisa que já não é mais tão comum nas meninas de 10/11 anos. Correr com uma colher na boca, com um ovo cru nela também é ótimo, hahaha. Não tirei foto, mas foi bem engraçado também. :)

Cabo de Guerra!
Pulando corda :)
Como eram menorezinhos, as criancinhas do jardim de infância estavam dançando ali do outro lado, que fooooofos :)
A Gaye veio trazer as amigas dela da escola pra tirarmos uma foto. Oh que FASHION o RayBan rosa da amiga dela rs.
Derya, minha vizinha-amiga-anja-protetora de todas as horas :)
Meu grande carinho e respeito por essa nação, e por tudo que nela está. Respeito pela bandeira e pelo significado lindo que ela tem e minha grande admiração por Atatürk, pelo que ele fez e representa na Turquia até o dias de hoje.

Quem quiser mais informações sobre o Festival da Primavera, dá uma olhada nesse link da Wikipedia e também esse link em inglês da Turkish Cultural Foundation.

Eu gosto muito dessas tradições, e em especial estar nelas, sentir elas de verdade, sabe? Acho nos enriquece como seres humanos e nos faz abrir um pouco mais a nossa visão de que a vida não é só o nosso quarto, a nossa rua ou o nosso país. É muito além. Um planeta que recentemente atingiu a marca de 7 bilhões de habitantes, contém histórias e tradições tão ou mais incríveis até, do que as nossas próprias, apenas precisamos nos livrar de certos preconceitos, e abrir a nossa cabeça pro que é novo e diferente.

Espero que com o post de hoje, eu tenha conseguido fazer vocês se sentirem um pouco mais perto da beleza desse sentimento. Um grande beijo a todos os que sempre passam por aqui! :)

domingo, 8 de abril de 2012

"Resistindo" ao Exército

Nem acredito que já está acabando. Em Novembro e Dezembro do ano passado comecei a falar sobre os medos e ansiedades que sentia sobre ele ir para o exército. O plano era outro, mas na última hora mudamos tudo e lá foi ele como falei nesse post aqui, falei também de como foi dolorido pra mim o dia que ele partiu, e dos primeiros dias dele por lá.

O que eu não tenho falado muito é do dia-a-dia e de como temos feito para resistir a esse momento, que não é nada fácil. Para alguns a distância em si já acaba por separar as pessoas. Para outros, aproxima cada vez mais. E daí, acho que se pode perceber o quão verdadeiro e o quão forte é o amor entre duas pessoas. Graças a Deus, a distância para nós não significou absolutamente nada, nem nos afastou, nem nos aproximou. Apenas no fez sentir muita dor e uma imensa saudade. Mas sinto que estando perto ou longe dele, ainda teríamos os mesmos problemas e também as mesmas felicidades que já temos agora.

Graaaaaças ao bom Deus, mês que vem ele sai. Nem acredito que tava eu chorando horrores quando ele foi e agora já começo a sentir aquela felicidade misturada ao medo. Felicidade, porque oras bolas, tem aí 2 anos de histórico no blog das milhões de coisas que tivemos que ultrapassar e agora tamanha dificuldade simplesmente acaba. Medo também, porque justamente toda a distância, a espera e aquela mágica do "relacionamento impossível" acaba e ele se torna real. Porque pensa bem, acabou lá a história da Branca de Neve, eles se casam, na tela aparece "e viveram felizes para sempre" mas e aí? A história continua, só que de verdade agora... Acho que fiquei tão acostumada com tantos "impossíveis", que quando a coisa fica finalmente possível dá até medo de não saber lidar com ela.

No começo, mal podíamos falar por telefone. Era coisa de 3 minutos por dia. Eu ficava andando pelos lados pela casa esperando meu telefone tocar. Ia tomar banho, comer, dormir... e o telefone colado em mim, no volume máximo pra não correr o risco de não ouví-lo tocar e perder a chance de falar uns poucos segundos com ele naquele dia. Eu não podia mais vê-lo pela câmera. Não tinha tempo para conversar, chorar ou rir com ele. Era só o suficiente para saber se ele estava bem, se precisava de alguma coisa e de contar imediatamente se algo na minha vida tinha acontecido e só. O telefone desligava e ficava aquele vazio. Eu tinha que dizer pra mim mesma, todos os dias, que esse era só mais um momento, só mais uma luta, só mais alguns meses, dos tantos que já tínhamos esperado.

No meio do caminho tiveram lindos momentos e algumas brigas também.

Tive que aprender a engolir algumas coisas, porque afinal de contas, estar dentro do exército mexe um tanto com o emocional e o psicológico de um homem. Se não cortar o cabelo, se chegar 1 minuto atrasado, se usar telefone celular, se demorar muito na cabine telefônica, se não responder corretamente a uma pergunta,  LÁ VEM PUNIÇÃO. As vezes, alguns dias na cadeia de lá, as vezes sem poder sair do quartel (se tem o direito de sair, 1 dia do final de semana, das 08:00 às 17:00), as vezes gritaria e humilhação... não é nada fácil.

No meio disso tudo, são muitas tarefas, muitas responsabilidades, muito trabalho pesado e massante o tempo todo. Não se tem muito conforto pra dormir, tudo tem horário pra se fazer e ainda para alimentar o nosso relacionamento, ele ainda "tinha que" achar um tempo pra me ligar, pra saber de mim. Ele quase sempre dizia que só ouvir a minha voz, já o acalmava um pouco. Mas tinha dias, que tudo era motivo pra desentendimento. Na maioria das vezes eu conseguia esquecer e compreender, em outros momentos eu também estava nervosa e acabava por brigar também.

Mas acho que tem algumas palavras muito importantes para conseguir vencer o tal "Exército":
- LEALDADE:
a) Tanto pra quem está lá dentro, como pra quem está aqui fora. Se namorar a distância já é difícil, imagina quando não se tem mais a internet para ajudar. A solidão e a carência batem mais forte ainda para os dois. O Emre sempre me conta histórias de alguns dos amigos deles que mesmo namorando ou noivos, nos dias livres do exército, se encontraram com outras meninas pra "acalmar um pouco os hormônios".
b) Lealdade também para ser sincero, quando houver a oportunidade de conversar,  dividir mesmo o que tem se passado pela vida de cada um. Os medos, os anseios, as dificuldades.

- FOCO
Se for pensar no tempo a esperar, pode bater até vontade de desistir ou algo assim. Mas se você focar no todo, no futuro, em tudo o que já foi construído, vai perceber que esse tempo é quase nada. O importante é focar na meta que se quer atingir e ter força para ultrapassar o momento.

- COMPREENSÃO
Quem tá aqui fora, vai ter que engolir muito sapo e entender muita coisa. Entender quando ele tiver cansado e não puder (ou até mesmo não quiser - o que é também normal) falar com você, sem fazer escândalo. Parar de reclamar do pouco tempo que se vêem ou se falam, quase como se fosse culpa dele. Isso é péssimo e só o afasta mais. Ele é que tá lá dentro sofrendo, então temos que ser maduras e parar de picuinhas por pouca coisa.

- PACIÊNCIA
É, simples assim: paciência. É preciso saber esperar um pouco mais.

- COMUNICAÇÃO
Claro que o tempo disponível pra falar é menor mesmo. Mas, dentro das possibilidades, não dá pra deixar de se comunicar. Quando ele sai, ele passa umas horas na internet café pra me ver e pra falar comigo melhor. Ou durante a semana, se fica 10 minutos no computador, me manda uma mensagem correndo por e-mail. Agora que eu tô aqui na Turquia, tenho o telefone lá do quartel, e todos os dias eu ligo para ele. É bom alimentar o amor e a proximidade, não é?

- SABER FORTALECÊ-LO
Nesse tempo, não espere muito que ele te ajude, que ele esteja contigo, mas preocupe-se VOCÊ em dar forças pra ele, em consolá-lo, em dizer palavras de força e persistência. Ele naturalmente, vai se preocupar com você também se te amar de verdade... Isso aproxima mais, e ele vai ter mais vontade falar com você, porque afinal, você não é mais um motivo de desconforto pra ele, mas um grande consolo..

E claro, a palavra mais básica de todas: Amor. Mas de ambos os lados. Não só que você o ame e o compreenda, mas que ele o ame também. De nada adianta estar disposta vencer essa batalha, se ele também (ainda que com todo o momento difícil), não demonstrar a mesma vontade, o mesmo intuito de chegar até o fim com você.

Tá quase acabando e graças a Deus, estamos indo bem, matando um leão por dia. Ele me pediu pra ir lá vê-lo. No total não passei nem 24 horas ao lado dele. Passei uma noite na cidade em cada vez que fui, mas o tempo em si foi muito curtinho. Mas com certeza valeu a pena. Ele comprou minhas passagens, reservou o hotel e fez o melhor que pôde :)

Depois de 8 meses, desde a última vez que nos vimos, olha nós aqui no mês passado:



Monumento muito bacana, na praça da cidade, com Ataturk e a bandeira da Turquia

Espontânea <3
Já essas fotos aqui em baixo foram ontem:
Olha a cor dessa água, que linda! Lembrando que não é em Istambul...
Oh meu carequinha rs :)
Oh minha malinha ali no canto - um pouquinho antes de ir pro aeroporto pra voltar pra Istambul

Ufa, é isso, post gigantão. Obrigada a TODOS pelas dicas no último post. Todo mundo me dando a maior força, sei nem como agradecer, se não procurando sempre dividir minhas experiência pra servir de alguma luz  pra quem anda procurando informação. Vocês são todos muuuuito queridos por mim, viu?
Beijão a todos sempre e FELIZ PÁSCOA! :)

terça-feira, 3 de abril de 2012

E finalmente não há mais o que esconder

A família dele toda agora sabe de mim.

Há tempos que venho falando da dificuldade que temos em relação a família dele e o nosso relacionamento.
Até que no último post que falei sobre o assunto, cheguei a comentar que a irmã dele viu algumas das nossas mensagens no celular dele e contou para o pai. Como ele estava para ir para o exército e a mãe dele estava muito triste com isso, preferiram não contar nada a ela naquele momento.

Pois bem, o Emre correu, correu, correu... mas sabia que não ia conseguir prolongar isso por mais tempo. Uma hora, ele iria ter que falar para todo mundo e com todo mundo da família dele. Já passou da hora, na verdade, eu desde o primeiro dia achava que tudo tinha que ser dito. Mas sei também que cada família tem uma dinâmica, uma personalidade, e sei que as coisas funcionam diferente por aqui na Turquia. Cada uma de um jeito, claro. Umas super abertas, outras mais difíceis para o nosso entendimento... o importante é respeitar, e saber ter jogo de cintura para saber lidar com isso. Parece até coisa de família de muito antigamente. Não é a maioria, mas ainda existe.

O Emre, ainda está no exército, mas sempre fala comigo e com os pais dele também. Numa das últimas vezes, a mãe dele perguntou sobre a Yaren - a amiga com a qual divido apartamento aqui em Istambul, e que virou minha irmã! - e disse que queria ligar pra ela para saber como estava. Imediatamente, o Emre sentiu que daí alguma coisa poderia acontecer. E já ligou para a Yaren, a preparando para saber o que dizer e como dizer, caso a mãe dele quisesse saber de algo sobre nós.

Mês que vem ele sai do exército (finalmente!), e essa história da pessoa que voa escreve, vai se tornar mais real do que nunca. Então essa seria uma boa oportunidade para preparar a mãe dele para absorver toda essa história, que de simples não tem nada.


Pois bem, ela ligou uns 10 dias depois do que ela tinha comentado. A conversa dela com a Yaren no telefone, durou uns 40/50 minutos. Sendo os 2 primeiros minutos, para falar sobre a vida da Yaren em si. E começou, segundo minha amiga me disse, mais ou menos assim:
- Yaren, como anda a vida amorosa do Emre?
- (Risinho, de quem sabe que lá vem bomba) Hmmm, hehehe, vai bem, eu acho...
- Tudo bem, mas eu quero saber melhor. Toda vez que a gente fala de casamento com o Emre, ele fica sem graça. Já tentamos apresentar pra ele, filhas dos nossos amigos e vizinhos, mas ele nunca quer conhecer nenhuma delas. Não é possível, ele deve estar namorando alguma pessoa, você sabe quem é.
- (Yaren respirando fundo, porque lá vai a verdade completa, pela primeira vez): Beeem tia, ele está namorando sim, e acho que a senhora sabe quem é. 
- É, eu acho que sei sim...
- Pois é, acho que a senhora conhece a Jessica.
- Sim, eu conheço, ele está sempre falando com ela. Quando ele vem pra nossa cidade nos visitar, sempre vejo os 2 falando pelo computador até tarde. E quanto não tem internet, o Emre fica ansioso e sai logo para procurar uma internet cafe.
- É, e ela está agora na Turquia. Ela mora comigo na verdade, já faz 1 mês e meio.
- (Com a voz bem séria) Yaren, existe uma maneira de separar eles? [Essa me doeu, confesso!]
- Ô tia, não precisa pensar assim. A Jessica veio pra cá e nos tornamos verdadeiras irmãs. Já éramos amigas antes e sempre procurávamos manter o contato, mas agora que estamos morando juntas, estão tão próximas, e eu a amo tanto, somos tão próximas... estamos sempre rindo, brincando juntas, nos ajudamos, trocamos conselhos, damos força uma a outra. [Ela me encheeeeeu de elogios, tô devendo a ela uma fortuna de propaganda rs]

A partir daí, ela falou dos medos dela, e eu como sempre venho dizendo: eu consigo compreender perfeitamente. Que é difícil pra mim, eu sei perfeitamente. É lógico que eu queria muito que isso tudo já estivesse resolvido, que eles já tivessem me recebido de braços abertos e me acolhido da família deles. Mas isso é tudo o que eles podem fazer nesse momento. Sabe-se lá qual a história de vida deles. Todo mundo tem suas dificuldades, seus defeitos, seus preconceitos. E quem disser que não, está mentindo. A gente tenta ser melhor, mas ninguém é modelo de nada.

E as preocupações dela, certas ou erradas, são por amor ao filho que ela amou e cuidou por todos esses anos. Ninguém quer ver o filho sofrer. Então as maiores preocupações dele, era sobre um possível divórcio, ou sobre eu querer voltar pro Brasil com saudade e deixar o Emre, se eu iria vê-los como estranho e não seria próxima ou carinhosa, como iriam se comunicar comigo, se eu tinha bons hábitos, como era minha conduta. Essa coisa toda. E para cada um desses questionamento, a Yaren tentava dar um outro argumento sobre quem eu era. Mas acima de tudo, ela tentou mostrar a ela a importância de parar de julgar com tanto medo e esperar para ver com seus próprios olhos. Eles precisam me ver, estar comigo. Pode ser que nem assim gostem de mim, mas eles tem que me ver primeiro pra formar uma opinião mais justa.

Ela chegou a admitir, que pra eles que são de uma cidade menor, que são mais religiosos e tradicional, é muito difícil entender certas coisas e abrir mãos de certos preconceitos. A cada argumento da Yaren, ela ia amolecendo, amolecendo, amolecendo... até que no final da conversa, ela fechou com:
- É, precisamos conhecê-la, você tem razão. Espero que Deus faça o que for melhor para eles.
Amém, que assim seja. Mas sinto muito claramente, a cada batalha, a cada vitórias diária, as mãos de Deus sobre a nossa vida, seja lá qual exatamente seja o rumo exato dessa história. Mas confio e sei que vai ser o melhor.

O Emre e a mãe, não chegaram a falar sobre esse assunto ainda. Mas o pai dele já telefonou pra dizer que agora a mãe sabia do que estava acontecendo completamente. E fez as mesmas perguntas anteriores.
- Mas e se ele quiser voltar ao Brasil?
- Ela fuma?
- Ela bebe?
- Como ela se veste?
- E a família dela, o que acha disso?
- Os pais delas são mesmo separados? Vê só, como são as famílias por lá!
- Ela é virgem? (É, perguntou sim)
- Como é a personalidade dela?
- Ela é risonha? Queremos muito uma nora que sorria para nós.
- Ela é carinhosa? Queremos que ela seja como uma filha para nós, e não uma pessoa distante.
- Ela já se formou?
- Ela está fazendo o que na Turquia?
- Ela quer trabalhar? Sim? Ah, que bom... assim a vida financeira de vocês vai ser melhor, especialmente nos primeiros anos de casados. Queremos ajudar você no se casamento, mas é melhor que sua esposa trabalhe também.

E por aí vai.

Vai acontecer um casamento, de um grande amigo do Emre que mora aqui em Istambul, mas também é lá da cidade dele. Será em Maio, e até lá o Emre já saiu do exército e vai poder participar. Eu sou LOUCA pra ir a um casamento aqui na Turquia e eu já vinha dizendo que queria ir nesse. Mas o Emre, sempre disse não dava pra eu ir, porque a situação com os pais dele, não estava ainda 100% resolvida. Mas para a minha surpresa o pai do Emre, pediu para ele me convidar para o casamento. Fique tãããão feliz com isso! Já é um passo.

Mas andei falando com meus amigos, minhas vizinhas e chegamos a conclusão de que "É uma cilada, Bino!".
Pensa bem, eu lá sem ninguém conhecido por perto. Vou ter que dormir lá. Lá é menos "aberto" do que Istambul, então as chances de eu cometer uma gafe como: ir ajudar a mãe dele na cozinha, e fazer besteira - porque é, eu AINDA sou péssima na cozinha. Mas tô trabalhando no assunto - é muito grande.

Estando aqui em Istambul, se tiver que preparar algo na cozinha, posso ter ajuda e fazer isso com calma. Aqui todo mundo é mais misturado mesmo, então acho que vão reparar menos nas minhas roupas ou algo assim. Também vou ter meus vizinhos e amigos para me elogiarem horrores hahahaha. (Oh a estratégia!).

Então acho que vai ser melhor eu ficar por aqui mesmo.

Sinto agora um grande peso nas minhas costas: o de ser quase perfeita. Porque acho que quando as pessoas, já vem com grande desconfiança, ela já estão pré-condicionadas a acharem até as mínimas coisas, grandes problemas. Vou sim ser mais cautelosa e fazer uma série de esforços, mas tenho um grande compromisso comigo mesma, com o que acredito e até com eles mesmos: o de ser eu verdade, ou seja, o de ser a Jessica que eu sempre fui.

Não é por isso, que se eu já sou um desastre na cozinha, que não preciso aprender nada, porque eles tem que me amar como eu sou e "dane-se". Não sou desse tipo. Faço o que posso para aprender, mas nem por isso vou pedir alguém parar preparar uma mesa farta e linda e dizer que fui eu, se isso não é verdade. E seja o que Deus quiser. Agora estou mais aliviada, e tenho meu coração limpo.

Me desejem sorte!
Um beijaaaaaao, florzinhas queridas do meu coração!

ps: já passou de meia-noite aqui, então já faz 2 meses que estou aqui. Ufa, passou rapidinho.