É necessário e saudável postar (e falar e pensar) sobre outros assuntos, porque a vida de ninguém se resume ao seu relacionamento. Mesmo porque, se você se aventurou num relacionamento transcultural, o mínimo que se pode fazer é arregaçar as mangas e ir atrás de informações de tudo. Desde cultura inútil, até aquelas informações mais políticas. Naturalmente eu já gosto destes assuntos, e aprender e ler assuntos do gênero me fazem crescer como pessoa, me ajudam a saber lidar mais e entender muitas das características do senhor meu namorado, e não me deixar como cara de pateta, soltando declarações do tipo:
- Taj Mahal é minha mesquita favorita
- Meu namorado é muçulmano. O que é um Alcorão mesmo?
- Eu tenho a maior curiosidade de entrar nas igrejas muçulmanas
Taj Mahal não é uma mesquista. Alcorão é o lívro sagrado dos muçulmanos, bem como a bíblia é a dos cristãos, bem como a Torah é a dos judeus. Igreja, é igreja (dã, Jessica rs), templo religioso cristão. Mesquita é o tempo religioso muçulmano. Veja bem, ao me perguntar qualquer pergunta do gênero, não sou do tipo que acha uma pecado o outro não saber disso tudo. Respondo mesmo como amor e paciência. Mas ao ser relacionar e fazer até planos de se casar com alguém eu tenho o dever de lhe informar que, não saber informações assim, que são consideradas básicas, é pra dar vergonha.
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(voltando ao assunto)
Hoje é um dia daqueles que me bateu uma dor aqui dentro do coração, sabe? Lembrei novamente de que tem um oceano que nos separa, e de que não posso vê-lo e abraçá-lo quando quero. Especialmente porque acordei com a seguinte mensagem dele no meu e-mail:
"Omg aşkım, I'm so so sooooo sad. 24 turkish soldier died last night :((((((((((( I'm forcing myself not to cry. In Islam, they go to heaven but can you imagine their parents? Someone should do something, really I'm feeling so bad."
algumas horas depois:
"Jessicaaaam(minha Jessica), really if you were here now, i would hug you very very very strongly. For a very long time. Sometimes I'm feeling alone this whole world. I want a person can show me that, that person with me and that is you aşkım benim"
Me diz como não ficar com o coração apertado? Daí que me fez um clique de que a última vez que pude estar com ele, olhar seu rosto bem de pertinho e segurar suas mãos, foram à meses atrás. Parece que nessa coisa de namoro pela internet chega num ponto que a gente até se acostuma à essa dinâmica. Afinal, foi assim que tudo começou. Mas quando ainda não se pode tocar ou sentir o cheiro da pessoa, a mente até enlouquece com as mil imaginações que se tem de como será quando finalmente puderem estar juntos. E depois que finalmente houve a chance de estar com aquela pessoa, a dificuldade é a dor de se acostumar a tê-la longe outra vez. Para algumas pessoas a distância diminui o sentimento. Pra outras só faz crescer.
Eu confesso que se eu não tivesse nenhuma perspectiva de estar de uma vez por todas com ele, não sei o que faria. Já tentamos terminar por esse motivo. Mas um choro que durou um final de semana inteiro (do lado de cá, E do lado de lá também) não deixou isso acontecer. Tê-lo longe de mim, é melhor do que simplesmente não tê-lo. E assim reunimos forças para continuar, até que Deus nos ajudasse ou alguma coisa miraculosa acontecesse. E aconteceu!
Areia de Copacabana |
Que fenômeno é esse que acontece comigo eu ainda não consegui definir. Pode ser alguma consequência dessa era louca da comunicação, era da internet. Pode ser um plano de Deus. Como você preferir. Mas é real, mesmo que virtual na maior parte do tempo.
Tem gente que se apaixona pelo encantamento do diferente. Pelo glamour do namoro com um estrangeiro. Pela vontade de ir na contra mão, e fazer o que é proibido, de romper com o impossível. Pelo interesse de conhecer o exótico e o diferente. Isso é um tempero que até pode existir no começo. Bem como acontece com encantamento pela beleza da nossa juventude. Mas no final das contas, trata-se só de amor e todas essas coisas não são suficientes. Não é porque ele é turco. Até porque não existe outro turco neste universo que eu queira, senão ele. Então tudo gira em torno dele. Não da sua religião, origem ou cultura. Tudo isso, faz parte de quem ele é. E não o caminho reverso.
Enquanto ele está lá, do outro lado do oceano, num encontro religioso que vai todas as quartas-feiras com seus amigos, eu estou aqui, pensando nele, esperando que não esteja mais triste pelo acontecimento horrível de ataques na Turquia. Fico vendo nossas fotos e querendo avançar um pouquinho no tempo, pra poder colocá-lo nos meus braços, dar um beijo na sua testa, e fazê-lo se calmar.
Amor, te amo por quem você é e sinto muito mesmo a sua falta.
You make it real for me
And I'm running to you baby
Cause you are the only one who save me
That's why ive been missing you lately
Cause you make it real for me
you make it real for me
Beijos beijos a todos :)
7 comentários:
Simplesmente amei esse post...relata mesmo tudo o que sentimos a respeito dessa distancia indescritível entre os coraçãoes separados pelo oceano...
Lindo texto!
Ai, Jess...E eu com um certo tempinho de casada, morando junto, quando tenho que sair de férias para o Brasil, ou quando ele precisa viajar por uns dias, sinto muita saudade. É um sentimento contínuo na vida de pessoas com casamento intercultural. Me acalmo por ter o outro lado pra balancear: a minha família que preciso ver, estar com eles, que também sinto muita falta... Então a saudade sempre estará presente mesmo. Vamos aprendendo a lidar com essa vida de idas e vindas, despedidas com choro abraçando nossa família, boas vindas com o coração pulando de alegria ao chegar nos braços de nossos amados... Montanha russa de emoções!Não é mole, não. Mas é a escolha mais certa quando se faz com muito amor no coração.
Rosie,
Esses sentimentos apertam mesmo o nosso coração, não é nadinha facil de lidar. Fico feliz que tenha gostado do texto, obrigada :)
Mari,
Poxa Mari, você disse mesmo tudo. Fico pensando na minha vida, se tudo correr mesmo como penso que vai, a vida de quem tem esse tipo de relacionamento é SEMPRE saudades, saudades de cá, ou saudade de lá. Até mesmo quando se está casado, eu imagino viu. Acho que se houvesse uma escolha, iria querer ter as 2 coisas juntas, mas não poder, acho que tem uma razão de ser. Obrigada pela mensagem, beijinhos.
Sabe que eu penso nisso... Se Deus permitir vou me casar em janeiro, mas volto para o Brasil e possivelmente só retorno pra viver com meu amado depois de , pleo menos, 7 meses... Não é fácil, né! Mas o importante é ter a certeza de que estaremos juntos, assim como vc e seu askim.
Fica bem!
Beijos
diariodadanis.blogspot.com
Oi Jéssica, realmente fiquei muuuito emocionada com seu texto, principalmente qdo falou sobre quase ter terminado... Minha história acabou desta forma, e lendo seu texto me peguei imaginando como seria agora se não tivesse colocado um ponto final. Ainda penso nele, mas minha ida para a Turquia não era possível.
Tenho certeza que sua história terá um final feliz! Go ahead !! Torço muuito por esta história q acompanho no seu blog e em outros q aprendi a gostar desde q comecei minha história de amor com a Turquia. bjs Milena.
Dani,
É Lindeeeeza, não é fácil esse vida né? Tem que ter muita força, amor e confiança. Então que Deus nos ajude a perdurar nesses sentimentos. Beijocas
Milena,
Ô xuxu... sinto muito pelo que houve com a sua história. Será que não tem solução não hein? Deus as vezes escreve errado, por linhas tortas.
Torcerei por você, na mesma proporção em que você torce por mim também, viu? Mil beijos e se cuida. Precisando, tô por aqui :)
Adorei o seu blog e sua energia positiva... Parabens..!
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