quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Saindo do Brasil

É, sumi muuuuuuito.
Mas os últimos dias foram muito corridos. Se mudar para uma casa no mesmo bairro já dá um trabalhão, imagina só como é se mudar pra outro país. Tem sempre algum detalhe faltando, por mais que você se organize e faça listinhas para não se perder. Ainda mais nos últimos dias, que logo quando você não tem muito tempo, aí é que as pessoas querem te ver, te ligar, e não dá pra recusar, porque a saudade de todos é enorme.

Chegou o grande dia e foi bem doloroso para mim. Eu já estava mesmo mais sensível. Tinha sempre uma certa hora do dia que eu me pegava mais emotiva. As vezes, só de olhar pra minha vó cozinhando, já me dava vontade de chorar. Na minha última despedida, tive a ideia de fazer um caderninho de mensagens dos meus amigos e familiares, para poder ler quando a tristeza bater ou a saudade falar mais alto. Não sei se foi uma má ou boa ideia, porque a cada mensagem que eu lia, meu coração ficava mais apertado e eu choraaaaava e chorava.

Da noite do dia 02 para o dia 03 de Fevereiro, minha mãe dormiu no quarto comigo e acordei com ela chorando bem baixinho, abraçando as pernas. Acho que deve haver algum tipo de dispositivo na gente, que mesmo que estejamos mais fracos, quando vemos alguém que amamos sofrendo, conseguimos esquecer nossa própria dor e ter vontade de fazer a outra parar de chorar. E comecei eu a fazer várias brincadeiras pra ela se acalmar. E olha, consegui ser durona até o último minuto. Mas quando finalmente o taxi chegou para nos buscar - já que tinha gente demais e malas de mais para caber no carro do meu avô - eu não consegui segurar.

Entrei no meu quarto, abracei meu armário, passei as mãos na minha mesa, encostei a cabeça na porta e a fechei com lágrimas que não paravam de cair. Coloquei a meia, a bota, peguei minha bolsa, segurei uma das malas, respirei fundo, levantei e andei em direção a porta... Na minha cabeça eu dizia "tchau casa..."

Entramos no carro e no taxi, e no caminho fui me acalmando.

Chegando lá, as meninas que foram comigo já estavam no check in. Falei com elas, e começou todo o processo. Fiquei muito feliz e surpresa porque alguns amigos foram lá, nem que por 30 minutos, pra me ver e me dar um abraço. Não tive nem palavras pra agradecer. Feito o check in, estavamos só esperando a hora de entrar. Abracei individualmente cada um, e fiz questão de um mega abraço em conjunto, na minha família. Disse algumas coisas que queria dizer: meu profundo sentimento de gratidão, minha declaração de amor por eles, meu pedido de desculpas pelos meus eventuais erros e disse que não há nada mais importante na minha vida do que eles. Maior melodrama né, parece até que tava indo pra forca hehehe. Mas não é, esse momento foi mesmo muito forte pra mim, e só quem passa por isso, consegue entender um pouco melhor.

Vovô, Tia Marisa, Tio Marcelo, Eu, Mamãe, Vovó e Prima Samara no Aeroporto do Galeão
Ricardo, eu, Lilia (que agora mora na Grécia) e Roberta. Queriiiiiiidos que foram lá me dar um abraço, só quem se muda assim, entende a importância de quem faz isso por nós, então MUITO OBRIGADA!
Pri (trá! rs) eu e Danielle (Já tinha chorado horrores, oh a cara de choro)
Foi uma looooonga jornada. O vôo da Avianca pra GuarulhoS (GRU) era pra sair 14:50H e chegar as 16H, chegou um tanto atrasado, mas foi tudo bem. Tivemos um pequeno problema com peso extra nas nossas bagagens com a Turkish Airlines, porque eles não cobram pelo extra, mas te obrigam a pagar uma mala a mais, por R$230,00, esteja você levando 1kg ou 32kg (que é o máximo permitido), então é bom ficar ligado nas regras individuais de cada companhia aérea.

Esperamos até 01:15, a THY como sempre ouvi falar, foi mais uma vez super pontual. O vôo era pra chegar no aeroporto internacional de Ataturk, em Istambul, as 17:45 e chegou 16:58. Foi tudo bem, não fomos paradas pela Polícia Federal, não abriram nossas malas, não demoramos na fila da imigração, nadinha... só as malas que demoraram um cadinho pra sair, mas isso foi o de menos.
Fazendo Check-in na Turkish Airlines (Cara de cansada, depois de sei lá quantas horas de espera e uma noite mal  dormida, uufff)
Fiquei uns minutinhos esperando meus amigos chegarem pra me buscar ainda, porque tinha um transito ruinzinho por lá. Liguei pra eles do orelhão, e em 20 minutinhos já estavam lá. Daí tudo foi festa. Eles me receberam com um sorriso enooooooooooorne. Eu e meus 500kg de mala, fomos trazidos pro carro do noivo da Halime, e fomos no caminho rindo, falando sobre como foi a viagem, a partida no Brasil e todas essas coisas.

Fomos direto pra um restaurante num shopping que tem perto da minha casa (é, uffa, que estranho dizer que é minha casa agora!), comemos um dos meus pratos favoritos, Iskender Kebab, rimos mais um pouco, ficamos contando histórias engraçadas do meu namorado, porque esses amigos estudaram com ele na universidade, então me contaram todas as histórias cômicas dele hiauhauia, tadinho.

Comendo, porque ninguém é de ferro. A Halime não pode saber que postei essa foto, porque os olhos dela estão brilhando rs.
Cheguei em casa, entrei no meu novo lar pela primeira vez e confesso que foi uma dor e um vazio muito grande. Não tinha nada meu, nada que fosse familiar, nada dos meus avós, nem do meu tio no quarto ao lado. Entrei no meu quarto, tinha lá minha cama preparada com muito carinho pela minha amiga Yaren, com o edredon que eu tinha mandando antes, com meus bichinhos de pelúcia e mais umas coisas fofas que ela tinha colocado. Tive uma vontade ENORME de chorar, mesmo com toda a fofura dela. Fui abrindo minha mala, colocando minhas coisas pelo quarto, colocando meu calendário do Rio de Janeiro que mostrei aqui, meu ímas do Brasil foram parar na geladeira e pouco a pouco fui me acalmando, me sentindo mais aconchegada.

Confesso que dormi um pouquiiiiiiinho triste, mas no dia seguinte tudo já começou bem diferente e muito mais alegre. Conto no próximo post.

Mas bem, tô aqui, cheguei bem, tá tudo bem, posso falar muito melhor com meu amor (que me liga 4 vezes por dia, pra quem reclamava que falava muito pouco, tá bom, né? rs), sempre que posso vejo e falo com minha família pela internet e já me sinto mais integrada a essa nova vida. Tem um monte de histórias legais pra falar desses ultimos 5 dias, vou contar já já.


Beijããão :)

12 comentários:

Tazz ♥ Marsha disse...

Ahhhh Jessiquinha!! Q legal ler um post novinho :)) e saber q vc chegou, tá bem e aproveitando esse novo momento de sua vida. Tenha certeza q todas nós q lemos o seu blog estamos muito felizes p vc. Meu desejo de ontem, hoje e sempre é q Deus continue te abençoando mais e mais!! Já estou aguardando os próximos posts e imaginando o qto de coisa boa vc tem p contar ;) Te cuida e um super beijoooo!

Camila Simplício.

Luciane Köşlü disse...

Jessica,

Meus primeiros meses foram meio estranhos tb ... apesar de vir para o que eu ja considerava "minha casa" eu ainda achava que tava no BR (na primeira semana vi uma cobra no jardim e achei que fosse caninana...imagina vc) semanas atras tava num encontro de estrangeiros do qual sempre participo e um americano (que conheci na fila do mercado e depoıs descobri que temos amıgos em comum) tava passando na porta e me vıu "oh Luciane, tudo bem? O que vc ta fazendo aqui?" e chameı eles pra dentro pra nossa reunıaozınha. O que eu sentı ? Como se eu estivesse no meu bairro e passa um camarada e dae eu chamo ele pra mınha festınha. Ou seja: me senti em casa. Depois de alguns meses vc vai andar pelas ruas de IST como se estıvesse no RJ. Acredite, porque isso aconteceu comigo. Bjos e boa sorte no seu periodo de adaptacao

Anônimo disse...

Jéssica, estava ansiosa por notícias,torcendo pra valer pra td correr bem.É confortante os amigos nesta hora de transição, e vc tem uma galera em várias partes deste planeta que está vibrando pela tua felicidade.Fé em Deus! BJS

Milena F. disse...

Sei bem o que é isso! Nos dias que antecederam a minha partida vive como num "limbro", como um zumbi... Não me sentia nem lá nem aqui... Essa trsiteza e saudade da familia e amigos é algo que infelizmente vai nos acompanhar sempre, mas a gente aprende a viver com isso.
O mais importante vai ser aos poucos preparar o "seu espaço" e começar a se sentir em casa. Para mim esse processo levou quase 2 anos!
Engraçado que hj, quando volto ao Brasil, já me sinto uma "estrangeira" passeando pelas ruas e lugares que antes me eram tão familiares... na casa onde morei por 28 anos, hj me sinto uma visita. Até meu antigo quarto, com minhas antigas roupas, antigos objetovs, é como se nunca tivessem me pertencido!
Boa sorte nessa sua nova etapa da sua vida!!!

Anônimo disse...

Jess minha amigona! do coraçao!
Estou te deletando pq uma amiga minha nao gosta de vc ok? Se eu nao te deletar eu perco todos os contactos da Turquia, entao acho melhor fazer isso! hehe
Olha, a dor e inevitavel mas e justamente na dor em que a gente aprende, fica melhor e mais forte e amadurece.
Se voce me falasse que fora tudo muito bem e que nem sentira saudades de casa eu te diria uma coisa: Nao gostavas da tua familia e de teus amigos?
Como sua mae me disse... estamos todos juntos e somos uma grande familia viu!
conte comigo para tudo o que precisar hein!
Beijo beeemmm grandao!
Jack

Andréa disse...

Finalmente...estávamos ansiosas,aguardando notícias suas.Que bom saber que tudo correu bem(apesar do chororô né?hahahaha)mas o importante é que você tem sempre por perto amigos verdadeiros,que te amam,que te querem ver sempre sorrindo;e algumas de nós,amigas virtuais também continuamos conectadas,torcendo pelo seu sucesso na vida profissional e tb amorosa(ah!Emre)Bjus e mande sempre nóticias.

Marise disse...

Hey!!! No começo é dolorido sim (nunca passei por essa situação, apenas imagino e, imaginar, já dói bastante!) Acho que com o tempo vc se acostuma. Os primeiros passos de uma caminhada são difíceis mesmo mas um dia viram história pra contar (e que história!). Muita calma nessa hora, as coisas se ajeitam aos poucos e vão ficando familiares com o tempo. Foi como eu disse quando você foi: quem encontra o amor, encontra um tesouro. Busque teu ouro e brilhe! Fique com Deus. Grande beijo. Torço muito por você. :)

Clara Araújo disse...

Nossa, me emocionei... chorei c/ vc!!! Mas que bom que vc tá bem, imagino que seja assim msm apesar de nunca ter passado por isso, força aí!!! Aguenta firme!!!! Estou torcendo por vc(s). Bjo grande da sua amiga virtual!

Amando em Turco disse...

Boa sorte, siga firme no seu propósito, tudo vai dar certo, aos poucos as coisas vao se encaminhando para o seu devido lugar e vc estará preparada para a sua nova vida, Bjs

Anônimo disse...

Boa sorte

Unknown disse...

TE desejo toda a felicidade do mundo nessa nova jornada. Te admiro pela sua força de vontade e por esse amor incondicional que te levou à Turquia, porque você, mais do que ninguém, sabe que não é mole ser turcolover né!? Abraços e beijos!

Neide B. disse...

FELICIDADES. SE A TUA NOVA CONDIÇAO TE TRAZ PAZ AO CORAÇAO, É O QUE REALMENTE IMPORTA. SAUDADE DA FAMILIA E DO BRASIL VAO EXISTIR ESSA NAO PASSA NAO, JA ESTOU LONGE DE LA HA 11 ANOS E PARECE QUE SO TEM MESES HIHIHI, A GENTE VAI PREENCHENDO UM VAZIO ALI, OUTRO ACOLA, VAI SE INTEGRANDO NA VIDA LOCAL, MANTENDO SEMPRE CONTATO COM LA E ASSIM VAI INDO. DEUS OS ABENÇOE