sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Você vai se converter?

Geralmente, quando frequentamos assiduamente um templo religioso e começamos a pensar em ter alguém ao nosso lado para dividir a vida, queremos alguém que frequente aquele mesmo templo também. Que tenha a mesma religião que nós. Não é todo mundo que pensa assim logo de cara. Mas as muitas pessoas que não são tão ligadas assim em religião não pensam muito nesse assunto. Mas a verdade é que, mesmo que não demos tanta importância a isso, coisas assim podem fazer MUITA diferença no nosso dia-a-dia e até mesmo no sucesso do nosso relacionamento.

Digamos que você, acredita em Deus, mas não gosta muito de igreja, não ora, pouco se importa com as tradições e liturgias da sua religião. Daí você conhece um muçulmano e se apaixona por ele. No começo você até acredita que isso pouco terá influencia entre vocês dois e que podem levar isso perfeitamente, sem o menor problema. Eu acredito que é possível. Se não acreditasse, não estaria namorando um muçulmano.

Mas existem perguntas que é preciso fazer a si mesmo, e começar a pensar e repensar na cabeça, para ter certeza de que você é capaz entender. E entender não significa falar "Ah tá" com cara de raiva e esquecer. Aceitar não é falar mal pelas costas. Na minha concepção, aceitar é, ainda que você não goste, não entenda muito, saber que o ponto de vista do outro tem o seu valor. Não é legal ter raiva e criticar severamente a cultura ou religião de quem se ama.

É claro que todos temos o direito de gostar ou não do que bem entendermos. Gosto não se discute. Mas ao estar ao lado de alguém, e se você ama essa pessoa, precisa entender que o mundo dela é além das palavras de amor que ela te diz. Uma pessoa vem carregada de um passado, de erros, de acertos, de manias, de tradições, de ideias, filosofias, sentimentos, família... Estar com essa pessoa, e especialmente ao se casar com ela, você se casa com tudo essas outras coisas também. Sim você se casa com a família dela. Você se casa com a tradição dela. Você se casa com os defeitos dela.

Não que você tenha que assumir a mesma religião e viver as mesmas tradições. Mas é saber que aquilo ali faz parte de quem ela é hoje, de quem se tornou a ponto de você amá-la tanto. Então quando amamos, não dá só pra aceitar o que gostamos. Tem que aceitar até o que não gostamos.

Portanto se você vai namorar ou se casar com alguém tão diferente de você, aceite quem ele é assim como você gostaria que ele aceitasse você também.

Algumas perguntas que me fiz, e que acho que podem ser bem úteis, que ativaram bem a consciência da escolha que estou fazendo (estar apaixonada, nos faz esquecer que teremos dificuldades, como qualquer outra pessoa):

- Se eu quiser frequentar a minha religião, ele vai implicar com isso?


- Se ele quiser frequentar a religião dele, isso vai me incomodar?


- Conseguimos falar sobre nossas religiões sem brigar?


- Quais são as tradições dele?


- Se um dia, ele me convidar a ir ao templo religioso que frequenta, iria em paz porque o amo e o respeito, ou iria de cara fechada, quase que obrigada? Como ele agiria na situação oposta?


- Ele ou a família dele me obriga, ou faz algum tipo de pressão para que eu me converta? (Lembrando que no Islam, forçar alguém a se converter é pecado, além de que, não será sincero da parte de quem se converte. Logo, não vale de nada. E uma coisa é ele ser sincero e te confessar que um dia tem a vontade de que você se converta, outra coisa é fazer pressão psicológica)

- Se tivermos filhos, como vamos criá-los?


- Vou conseguir aceitar criar meus filhos na religião dele? Ele e a família dele vão aceitar se eu quiser criar meus filhos só na minha religião?


- Ok, conseguimos chegar num acordo e nossos filhão vão aprender sobre as 2 religiões ao mesmo tempo. Mas e os rituais, nossos filhos vão fazer parte dos 2? (Por exemplo, o menino muçulmano é circuncidado. As crianças na igreja católica são batizadas, ainda quando bebês. Na igreja evangélica, as crianças são apresentadas a Deus, e só se batizam quando forem maiores e tiverem consciência do que é batismo).

- Meus filhos vão participar de todos os rituais de ambas as religiões, só da minha ou só da religião dele?


- Nas datas festivas (Natal, Ramadan, Dia do Sacrifício, Semana Santa...), ambos aceitamos participar dessas comemorações?

E muitas outras perguntas, que podem até parecer pouco, quando se está apaixonado, e que dá a impressão de que tudo se ajusta muito fácil. Mas que precisam ser pensadas, para que depois, em um momento ou outro de brigas, não saiam palavras cheias de rancor sobre todas essas mudanças que aconteceram na vida de cada um. A facilidade que isso tem na vida, depende exclusivamente do casal. Da capacidade de amar e aceitar. Ou da dificuldade de entender.

Não é impossível! Muito pelo contrário. Existem muitos casais ecumênicos (de religiões diferentes) que estão aí para nos provar que o amor consegue sim conciliar as coisas. Mas cada um com seu cada um. O que é difícil pra um, é super fácil para você. O que funciona pra alguém, pode não funcionar para mim. Avalie-se. Conversem. Pergunte.

Só não vale depois que aquele êxtase de paixão adolescente diminuir um pouco, pela convivência do dia-a-dia, você começar a cair na realidade e se arrepender de não ter pensado nisso antes. Este é o meu conselho.

Agora tem uma segunda parte, muito importante. Falei das dificuldades em aceitar. Mas quero alertar sobre a facilidade demasiada ao aceitar as coisas.

Estar apaixonado, é um sentimento único, que tira seus pés do chão. Tudo se torna lindo, viver fica mais fácil, os problemas parecem até diminuir... é uma sensação maravilhosa, que nos faz até fazer coisas, que jamais pensaríamos em fazer. Quem está apaixonada aí levanta a mão! hahaha \o/

Com isso, muitas meninas se convertem por amor (ou revertem - como é dito no Islam. Eles acreditam que uma pessoa já nasce muçulmana. Então ela se reverte, e não se converte). Não critico de forma alguma quem se converte. Mas isso é preciso ser feito de coração, com toda a sua verdade. Porque você acredita, porque algo acontece dentro do seu coração, porque tem uma fé te move, e te faz querer viver dentro daquela religião. Isso é uma conversão genuína, e definitivamente aceita por Deus.

Mas nunca nunca nunca se converta, ou se diga convertida por conveniência. Porque assim você vai fazer o seu namorado ou marido te amar mais. Porque a família vai implicar, então é melhor se dizer convertida. Coisas assim, começam como algo sem importância, que você acha até que não tem problema, mas que lá na frente, podem gerar problemas que você poderia ter evitado se tivesse sido sincera consigo mesma.

Se converter é algo sério. É crer em algo novo. É viver um estilo de vida que implica na sua relação familiar, na relação com seus amigos, no modo de criar seus filhos, e como você leva sua vida. Pense assim: se você se converter ao ir morar no país muçulmano, ao voltar para o SEU país de origem, vai se arrepender? Vai conseguir levar adiante sua escolha, não importa quem esteja ao seu lado, ou onde você esteja?

Vale a reflexão. Cristãs, muçulmanas revertidas, muçulmanas de berço... sejam sinceras, de coração aberto pra entender diferenças. Tenham paciência quando surgirem os pequenos atritos. Conversem bastante, sobre tudo o que te preocupa. E acima de tudo, tome uma decisão consciente para não se sentir infeliz, e com sua infelicidade, não fazer quem te ama infeliz também.

Boa sorte a todas nós nas nossas escolhas, e que Deus nos ajude sempre a tomar decisões equilibradas.
O Alcorão e a Bíblia
Beijinhos

17 comentários:

Relva Caroline Türk disse...

a criança ja nasce muçulmana. nao ha que se decidir.
mas sim, decidir se ela deve participar dos rituais :)
nao sei como funciona, se existe isso de uma criança conhecer duas religioes diferentes. ou mesmo uma religiao e a ausencia dela. c sabe?

Jessica disse...

Então Relvita, a criança já nasce muçulmano, partindo do ponto de vista do muçulmano. Ao perguntar a um padre se uma criança nasce muçulmana, ele vai dizer que não.
Até isso, depende do ponto de vista e da crença.

Então teoricamente, pro Emre, nossos filhos já nascem muçulmanos. Para mim, nascem apenas crianças.
O nosso acordo, até o seguinte momento, é que quando eu estiver com meu filho, vou contar historinhas da biblia, vou levar na igreja comigo, tudo isso. Mas ao mesmo tempo vou ensinar meu filho a escutar tudo o que o Emre tem a dizer sobre o Islam, vai com ele na Mesquita. O mesmo ele vai fazer em relação a mim.

Agora sobre tradições, estamos ainda num dilema... estamos debatendo, por isso até fiz o post, pra me forçar a achar uma solução. Além de alertar as meninas em dúvida.

Katita disse...

Aaah mais q post maravilhoso... Vc traduziu meus pensamentos em palavras Jessinhaaa!!! Isso td q vc escreveu é a mais pura verdade!!! Eu fico observando e vejo muitas meninas tomando decisões sem estar com os pés pelo menos um pouquinho no chão!!! Claro q não são todas!

Tirei meu chapéu pela forma como abordou esse tema!

Eu já me fiz todas essas perguntas e isso foi pauta de longas conversas entre mim e Murat... Optamos por cada um ter sua religião e ambos queremos ensinar td o q aprendemos um ao outro, trocando assim, experiência de vida e aumentando ainda mais nossa cumplicidade e respeito. Prova disso, a idéia de nos casarmos na igreja católica, partiu dele e ele está muito ansioso para conhecer esse meu mundo...está realmente feliz, assim como estou sabendo q poderei frequentar a mesquita ao lado dele.

Nossos filhos serão muçulmanos mas combinamos contar td sobre Jesus ao modo católico também, pois queremos todos reunidos para comemorar o Natal... Pelo menos o Natal... Mas isso são planos, no dia a dia é q saberemos como fz isso em relação as crianças...

Mais uma vez PARABÉNS de todo coraçao pelo temo escolhido e tb pq tenho a oportunidade de comentar sobre isso esclarecendo q continuarei em minha religião, mas aberta para aprender cada dia mais sobre o islam e colocar em prática td aquilo q estiver nos planos de Deus!!!!

Beijinhos pra vc minha best friend mais linda e fofa do mundo :)

Marcela Bal disse...

De todas as manifestações religiosas que eu conheço ... ao meu ver o Islamismo tem a mais linda e abnegada profissão de fé. Eu o recebo, respeito e admiro. Mas é verdade Caçulete... já vi casos em que foi só repetir as palavras e PUFT... sem nenhum tipo de entendimento anterior. Religião não é time de futebol que basta só trocar de camisa de acordo com o status do namorado... há que se estar muito cega de amor (e ainda assim não é desculpa) para tratar Deus de uma forma tão leviana.

Marcela Bal disse...

P.S. ... Caçulete... e vcs já conversaram sobre ... se um morrer como vai ficar isso???

Anônimo disse...

Menina, vc escreve muito bem! Parabéns!!
Apesar de muito novinha, assim como eu, vc consegue ter um olhar bem "balanceado" em relação a algumas complexidades, faz com que enxerguemos com mais clareza até essas questões mais dificeis de se debater.
Tbm estou apaixonada por um turquinho, pesquiso muito sobre quase tudo.. igual li em um outro post, coisas de novatas sair pesquisando tudo quanto é coisa...
Enfim, acho muito bacana ler/entender/conversar/pesquisar sobre tais assuntos. Gostaria de conversar com vcs em alguns momentos, mas as vezes a falta de tempo não me permite.. Em breve tentarei entrar em contato tbm (:

Se cuida,
R. Mello

Dani disse...

Oi Jéssica! Excelente post, é muuuuito importante conversar muuuito sobre isso.
No meu caso, sou batizada na Ig. Católica, mas nunca segui a religião e não concordo com muita coisa... então, quando falamos sobre filhos, foi assim: como a Relvis disse, eles nascem muçulmanos. Como assim? No caso do Egito, que não é Estado Laico, eles "herdam a religião do pai", pelo menos é o que eu sei... e eles colocam isso nos docs do bebê. Sendo assim, mesmo que eu não quisesse, se eu morar lá e meu bebê nascer lá, ele vai "ser muçulmano"... Como eu não sigo o catolicismo, só disse que meu filho (a) iria escolher no futuro se seria ou não muslim, já que me veria como uma mãe não-muçulmana... Mas essa é a parte mais difícil, por isso devemos pensar muito. Meu habibi é bem religioso, então ele disse que eu terei que ensinar meus filhos no Islam :S e sendo assim, eles não teriam pq "escolher" no futuro uma religião... Aí brigamos, brigamos e nada.... Então eu pensei, vou estudar a religião antes de me decidir completamente, pois isso de fato vai afetar minha vida se eu optar por me casar com ele.
Estou estudando, confesso que me surpreendi e que foi muito bom para mim. Então aconselho a quem vai se casar com um muslim, que estude antes o Islam, especialmente se ele for religioso, como o meu amor.
Depois de ver o suficiente, seja sincera consigo mesma: eu quero isso pra minha vida? eu vou dar conta? eu vou brigar pq não quero meus filhos muslins? e não se engane... Não é fácil, mas faça o que de fato o coração te mandar fazer, seja casar-se ou desistir, pq ele não será flexível com suas vontades pra sempre.
Se você se casa com um muçulmano religioso de fato, vc está se casando com o Islam também, então, é bom pensar.
Boa sorte pra nós!
Beijos

diariodadanis.blogspot.com

Marise disse...

Eu não precisei me converter por uma série de motivos.
1º) O Ihsan não é religioso (nem Ramadã ele faz) ele acha que as atitudes com o próximo são mais importantes que um jejum. Segundo ele, (não generalizando, claro!) tem muito mulçumano(a) que jejua, que reza 5 vezes ao dia, se cobre dos pés à cabeça, mas que, quando vira as costas, fala mal dos outros, é preconceituoso, bate na mulher e só faz caridade para parecer bem visto aos olhos dos outros mulçumanos, nunca é de coração. Acho que ele tem razão.
2º) Realmente não dá pra abraçar uma religião se você ainda acredita em coisas da sua atual religião (no meu caso, reencarnação) eu já tentei fazer isso e me senti uma verdadeira hipócrita.
3º) A família dele nem cogita isso! Eles são super abertos e bem modernos mesmo.
4º) Acho que justamente por ele ser beeem tranquilo em relação a isso, NUNCA brigamos ou tivemos qualquer desentendimento em relação a esse quesito. Por outras coisas, já quebramos o pau milhões de vezes, nunca por isso.
5º) Ele NEM COGITA de me fazer usar véu (ele odeia mesmo!) Eu até queria, quando estivesse morando em Istanbul, sair com um véu na cabeça por conta de um "bad hair day" mas ele já se antecipa e fala que de jeito nenhum!!!
Ser sincera com você e com seu amor, como vc mesma disse, é importantíssimo. Fazer porque quer agradar é a pior coisa que alguém pode fazer a si mesmo. Sem contar que lá na frente a coisa pode tomar uma proporção quem não dá nem pra imaginar.
òtimo post (como sempre!)

Um grande beijo.

Anônimo disse...

oi adorei o seu post.

Em relação as crianças nascerem já muçulmanas tantos os cristãos como os muçulmanos são religiões patriarcais, como tal a criança é muçulmana, pois a religião passa de pai para filho :)

amei o seu blog beijo

Jessica disse...

Katinha,
agente se entende né? Oras você posta o que eu estava pensando, as vezes eu posto o que você tinha em mente e por aí vai!

Essas conversas seeeeeempre são longas, é um assunto muito complexo e que merece muita paciência e um teor de seriedade alto, não é qualquer coisa. Fico Feliz que consigam se entender tão bem assim, e que continuem, porque com os anos, sempre rolam umas dificuldades, que fazem parte mesmo. Beijos e boa sorte sempre!


Marcelusca,
simplesmente achei muito bom o exemplo de camisa de time, ou status do namorado, se comparados com a conversão. As vezes as pessoas acabam tratando mesmo Deus, com leviandade, enroladas nas próprias questões e sentimentos... tem toda a razão!
Sobre a morte de um de nós 2, ainda não pensamos a fundo sobre o assunto, porque não pretendo que ele ou que eu morra tão cedo hahaha! Mas é sim algo a se pensar, acredito, e espero que continue da mesma forma, que acordamos por hora. Cada um falando sua sua própria crença, mas formando crianças que tenham respeito e amor pela religião do pai/mãe. Vou pensar melhor, valeu o toque.


R. Mello,

Obrigada querida, fico feliz que esteja gostando das coisas que a boba que vos fala, escreve :)
Acho que é sempre bom procurar andar no equilíbrio né, nem sempre é possível, mas se nos empenharmos e ser sensatos (ainda que sonhadores), acho que as coisas caminham de forma mais segura!

Querendo falar mais coisas, trocar mais ideias, estamos aqui para isso, fique a vontade. Boa sorte com seu turquinho. Beijocas

Jessica disse...

Dani,
Olha, posso estar enganada, mas até onde sei, o Egito é sim um estado laico, onde é o Estado constitucional que dita as leis do país, e não a Religião. Ali do lado, tem a lista de blogs, tem o da Marina, que fala sobre o Egito... dá uma pesquisadinha melhor. Mas é, tem isso né, de na certidão colocar a religião. Então teoricamente eles são muçulmanos. Mas acho que pode acontecer, de depois que a criança cresce, e deseja se converter, isso até continua na identidade, mas se ela se tornar cristã, por exemplo, permanece lá escrito, mas a pratica de vida, vai mudar.
Então, isso é variante, como você mesma expressou com as aspas no "ser muçulmano".

Muito legal o seu conselho... acho que o quanto estudarmos, nunca será o suficiente. Se dia após dias, os muçulmanos lêem o alcorão e frequentam mesquitas para aprender mais sobre o Islam, que dirá nós, meras iniciantes.
Mil beijinhos lindona, e prossigamos em pesquisar ;)


Marise,
vocês fizeram muito bem mesmo. Muito bom, quando se consegue chegar num meio termo e viver em paz com quem se ama, ainda mais numa situação delicada como é a nossa. Cada caso, é um caso, e seu marido tem opiniões e visões particulares à personalidade dele.
E mesmo que 'tivesse' que se converter, acho que só vale se for de coração, não é mesmo?
Você disse coisas muito importantes, gostei mesmo. Obrigada querida, boa sorte para vocês hoje e sempre.

Anônimo,
Oi, amigo ou amiga! hehehe
Pois é, são religiões patriarcais mesmo. Mas até o Judaísmo, que não deixa de ser patriarcal, considera uma criança judia, se nascida de uma mãe judia. Se for só de pai judeu, a criança não é considerada judia. Muito interessante né.
Mas até pra essas questões de linhagem ou documentação, no futuro a pessoa pode mudar de religião de qualquer forma... acho que isso varia do ponto de vista, não é?
Obrigada pelo comentário :) Beijinhos

Marcia disse...

Sabe que esse assunto eh um tanto delicado e complicado mas eu o acho lindo?! Talvez eu esteja vendo de fora, como uma "antropologa" que adora religioes, rituais e culturas diferentes. Na era em que estamos, seja uma pessoa aberta e crie seus filhos assim, abertos a tentarem um e outro. Leve-os ao templo e a sua igreja e, um dia, eles poderao escolher entre um ou outro, ou escolher ambos ao mesmo tempo, ou nenhum at all. E o saldo positivo sera ter criado-os sabendo vivenciar o diferente e respeitando. Porque quanto mais vivermos coisas diferentes do que estamos acostumados a viver, ler, entender, acreditar, vivenciar... melhor! Ate porque, acho que Deus nao esta apenas na mesquita, templo, igreja, mas ate na fila do banco. Seus filhos ja serao "multiculturais" (ai que liiiiiiindo!!!) mesmo, entao deixo-os misturar culturas, linguas, costumes, religioes e sair um resultado que gere um impacto positivo na vida deles e na vida dos que os cercam.

Anônimo disse...

o nıko eh muçulmano no rg. e nem fuı consuyltada sobre ısso. e nem terıa o que fazer, ja que no rg do paı ele era muslım. ou seja. ou seja o que? nem eu seı o q quer dızer.

Jessica disse...

Marcia,

eu também sou bem como você.
Adoro estudar, pesquisar, conhecer e vivenciar o diferente, o que é diferente da minha cultura. E sempre tive no meu coração, a vontade de passar esses valores aos meus filhos. De crescerem entendendo que o mundo é além na nossa casa, nossa rua, nossa país...
Mas confesso que essas religiões monoteístas, tem uma coisa que chamamos de salvação.
A salvação, vai ser diferente para cada religião.
Então pra um muçulmano convicto, e pra uma cristã como eu (porque os não praticantes, geralmente não se preocupam muito com esse assunto), é complicado, não basta aceitar e ser boa pessoa.
Mas bem, peço a Deus que me ajude!
Beijinhos

Relva,
hahaha, é tudo muito confuso mesmo, mas entendi mais ou menos seu pensamento. Beijocas ;)

Gabrielle Uğan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabrielle Uğan disse...

Oi Jessi!!! Esse post é maravilhoso! Eu estou na mesma situação que vc. Negociando. Eu casei no Islam p/ morarmos juntos e ele nunca aceitou casar na igreja. Parei a negociação sobre isso. Até que um dia, depois de escutar uma conversa minha com minha mãe, ele disse que ele não quer que eu abdique de um sonho e que casaria na igreja comigo. Ele não precisa de converter para isso... preciso pegar uma autorização oficial da igreja. No caso dos filhos, ele não quer que batize e eu negocio o batizado já que será feita a circuncisão... não falamos muito sobre isso no nosso dia a dia, mas quando falamos, ainda não há um consenso seguro da parte dele... apesar de eu dizer com todas a letras que se vai circuncisar, vai batizar... e isso é um direito de ambos. Por isso meninas, a Jessi está corretíssima nesse post... pensem em tudo, dialoguem, porque depois fica meio tarde para arrependimentos. Não é igual estar casada com um brasileiro... ou com um católico. Beijos mil!

Mariana disse...

é proibido o casamento entre cristãos e muçulmanos?
Eu e ele estamos muito mal por causa disso, ele acha que a família dele não irá aceitar! E como vc mesma disse, eu não quero dizer para ele que simplesmente vou me converter sem isso ser de verdade..
O que fazer? :( Me ajuda!