Quando comecei a falar com o Emre, nem eu sabia se ia passar do virtual. Já falei com um número razoável de pessoas pela internet. Tenho amigos virtuais no Egito, na Inglaterra, no Peru, no Chile... e em certas épocas, falava por horas e horas com um amigo. Depois por algum motivo da vida real, nos afastávamos um pouco. Depois me aproximava mais de outro amigo. E a conversa com essa pessoa também diminuía. E assim sempre foi.
Naquele 28 de Janeiro, não sabia que encontraria a pessoa pela qual vou mudar de país, daqui há 6 meses.
Nos falávamos, riamos, conversávamos sobre tudo... eu vi aquele rosto lindo que ele tem pela primeira vez e me estremeci toda por dentro. Mas tudo bem, isso (ainda) não significava muito coisa. Não garantia absolutamente nada. E na verdade, nem tinha esse medo ainda... se iria efetivamente ou não dar emalguma coisa.
Assim que eu ficava online, procurava pelo Emre. E aparentemente ele me procurava também. Eu mal entrava no MSN e quase que automaticamente ele abria a minha janela para conversar. A partir daí, percebi que não era só eu que o achava lindo, que adorava sua compania... mas lá do outro lado, ele tinha algum interesse em mim também. Quando notei, comecei a sentir saudades dele nos finais de semana. Mas já? É, já. Saudades, saudades.
Assim que eu ficava online, procurava pelo Emre. E aparentemente ele me procurava também. Eu mal entrava no MSN e quase que automaticamente ele abria a minha janela para conversar. A partir daí, percebi que não era só eu que o achava lindo, que adorava sua compania... mas lá do outro lado, ele tinha algum interesse em mim também. Quando notei, comecei a sentir saudades dele nos finais de semana. Mas já? É, já. Saudades, saudades.
(já to eu contando nossa história, prometi pra mim que ia fazer um post só pra isso depois)
Começamos a fazer parte do dia-a-dia um do outro. Algo bonito, um sentimento bom, sabe? Não era só paquera. Era amizade, era entendimento, era parceria, misturado com saudade, vontade de pular pela tela do computador. Sempre que podíamos, conversávamos e nos víamos por webcam. Minha família entrava no meu quarto e lá estava eu, falando com ele. Minha família passou a conviver com ele também, a se acostumar com a "presença" dele sempre por perto.
Mas a coisa ficou real mesmo, mais sério mesmo, quando ele me enviou um presente de aniversário. Lembro que ele tinha passado o final de semana fora. Assim que o perguntei o que ele estava fazendo ele disse "Fui comprar um presente para a minha namorada". Eu confesso que não tinha levado muito a sério. Faço aniversário em Março e fazia até pouco tempo que nos falávamos. Mas um dia depois do meu aniversário (que tinha sido péssimo, por sinal), fui surpreendida com a encomenda que o tio dos correios trouxe. Minha vó entrou no meu quarto com um sorriso no rosto. E eu estática sem acreditar muito no que esteva acontecendo.
Tudo bem que era bonitinho acharmos que tudo aquilo um dia poderia até se tornar real. Mas ao ver algo concreto, que um dia esteve nas mãos dele, que ele escolheu pra mim, com o cheiro dele, com um carta com a letra dele, comigo, nas minhas mãos, eu pude sentir um pouco o virtual, atravessar a tela do computador e se tornar um pouco mais real.
Ao abrir o meu pacote, minha vó também curiosa, ficou por perto pra ver o que tinha ali. Eu vi nos olhos dela um misto de confusão, com surpresa, com "nossa, que bonitinho", com "o negócio tá ficando até que sério mesmo". E junto com ela, tudo isso passava na minha cabeça também. Meu avô veio ver e soltou:
- O que é isso Edith? O garoto mandou presente pra ela? Ih, que coisa.
E ficou lá com cara de bobo, perguntando o que era, admirado com o fato.
Mas tá, isso já era muito mais do que qualquer amizade virtual já fez por mim (eu até cheguei mandar uma carta e um presentinho para a minha amiga do Egito). Mas ainda poderia ser pouco demais, pra ser levado a tão a sério.
Com os meses, de quando em quando, meu avô vinha dar um tchauzinho pra ele aqui. Meu tio, vinha perguntar to Fenerbahçe (o time dele) ali. E tudo foi começando a entrar de leve, muito de leve, na cabeça do pessoal aqui em casa. Nessa altura, a coisa toda já era mesmo real pra mim, já tava tudo muito concreto na minha cabeça. Tinha mesmo a vontade estabelecida de que queria, de que precisava vê-lo. Mas não sabia se ou quando isso iria acontecer.
Até que mais pro final do ano, eu estava passando por uns problemas sérios na minha vida. Tinha perdido 7kg, perdido muitas provas na faculdade, tomava uns calmantes bem leves porque não conseguia dormir e tal. Para me animar, ele me mandou outro presente. Tinha ido ao cinema com 2 amigas assistir "Comer, rezar, amar" (amooo!), mas tinha chegado em casa ainda toda chorosa. E minha vó soltou a frase que salvou a minha noite:
- Jessica, tem uma surpresa pra você. (Ela disse com um sorrisão no rosto)
- Surpresa pra mim? (já com um sorrisinho) O quê que tem?
- Não sei, vai lá no seu quarto, tá em cima da sua cama...
Eu saí correndo da cozinha pro quarto, abri a porta. Tinha lá um caixotão escrito "Flores Online".
Eu saí correndo da cozinha pro quarto, abri a porta. Tinha lá um caixotão escrito "Flores Online".
Flores, com a palavra ONLINE? Foi o Emre que mandou, claro! :D
Veio todo mundo correndo atrás de mim ver o que era o pacote. Ele ficaram a tarde todinha, doidos, esperando eu chegar em casa pra revelar o mistério do presente da Jessica. Ficou meu avô, meu tio e minha vó na porta do quarto. Eu não conseguia abrir, tinha um lacre muito forte e lá foi meu avô pegar a faca pra abrir bruscamente meu presente de uma vez. E ele dizendo sem parar...
- Foi o turco não foi? Foi ele, tenho certeza de que foi ele. Éééé, acho que ele gosta mesmo de você, né.
Minha vó rindo:
- É, o garoto tá com a bola cheia viu. É um príncipe.
Abri o pacote e lá estava esse presentão aqui:
Uma caixinha amarela decorada, com nossa filha (rs) Nina, uma rosa bicolor colombiana, e uma linda carta. |
Vou contar o resto no segundo post, que esse ficou grande.
Beijos beijos!
Beijos beijos!