quinta-feira, 30 de junho de 2011

E a família dele? - Parte 1

Quando o relacionamento, ainda que virtual, vai ficando mais sério, todo mundo fica imaginando como deve ser a família do amado. Porque muitas vezes isso pode ser um parâmetro da sinceridade e veracidade de todas as coisas que ouvimos.

Graças a Deus, eu nunca tive nenhum tipo de desconfiança do Emre. Não porque sou de ignorar meus instintos e fecho os olhos pras coisas que aparecem. Pelo contrário, sou muitíssimo sensível a sinais e características de pessoas, e super atenta à quaisquer ações. Mas de verdade, ele é uma pessoa que transpassa confiança a qualquer um que o conhece. Pelo jeito dele ser e também por suas ações. Nunca tive mesmo nada pra falar.

Mas de qualquer maneira há muitos meses atrás, quando começamos a nos falar por horas inacabáveis no MSN e no Skype, e fazíamos todas aquelas perguntas de alguém que queria poder consumir toda informação do outro, possível. Quanto mais ele me contava sobre ele, sua cidade, sua história, mais e mais eu queria saber. Porque assim eu sentia que o tinha mais, que o conhecia mais.

E de cara, fiquei sabendo que os pais dele eram bem tradicionais.
Ora, todo mundo quando pensa em familiares turcos, pensam e mulheres cobertas de cima a baixo, sérios, que vão te olhar feio por tudo, sempre altamente religiosos e tradicionais. Mas não é bem assim.

Atualmente conheço, pelo menos, umas 15 brasileiras envolvidas (lê-se: gostando, que já gostaram, enroladas, noivas, casadas, decepcionadas...) com turco. E achei que todas elas fossem ter este mesmo problema: famílias que não as aceitariam. Mas olha, pra minha grande surpresa, eu estava enganada. E que bom que estou enganada, porque sinal de que elas tem uma relação harmoniosa e feliz com as suas famílias.

Mas bem bem bem... não acontece assim comigo.
Já vi a família dele umas 4 vezes na webcam durante este tempo. Eles moram em Kirsehir e o Emre em Istambul com amigos numa casa. Isso é bem comum. Jovens de 20 e poucos anos, morando sozinhos, com amigos ou em repúblicas governamentais pra fazer faculdade. São sei lá... umas 8h de viagem de uma cidade pra outra, logo ele não vê muito os pais. Mas vai lá sempre que pode em feriados, finais de semana, ou outras ocasiões especiais. Então nestas vezes, pude 'conversar' com a família dele e foi tão legal!
O Emre ficava traduzindo tudo, porque (ainda) não falo turco né. Mas ele sorriam muito pra mim e me disseram que no dia que fosse a Turquia, que seria uma convidada deles e que poderia ficar com eles.

Eles sabem que sou amiga e professora virtual de inglês do Emre. Até aí, tudo ótimo!
Mas eles viram uma foto minha no celular do Emre, viram que nos falávamos sempre, que passaram os meses e sempre estávamos conversando. Então eles começaram a desconfiar, porque também, só alguém muito bobo pra não perceber o que estava acontecendo. E começaram o interrogatório.

Perguntaram se ele estava apaixonado por mim, se tinha alguma coisa acontecendo entre nós, porque nos falávamos tanto, porque tinha uma foto minha no celular dele. E eles falavam, que ele não poderia estar apaixonado por mim, que relacionamentos com estrangeiras não poderiam dar certo. Afinal, eu não sei falar turco, então como ia me comunicar com eles? Não conhecia a cultura, não conseguiria me adaptar, eu não sou muçulmana, e todos estes fatores trariam muita discórdia. Logo, se tivesse alguma pequenina coisa acontecendo, que ele tinha que esquecer, porque não era uma boa ideia.

"Emre, você não lembra da história do eu primo, que mora na Alemanha e se casou com uma alemã? Eles se separaram, você não se lembra? Casamentos com estrangeiros não acabam bem, eles se divorciam porque tem uma cabeça diferente da nossa."

E esses eram os argumentos. Inúmeros vezes os pais dele colocavam ele contra a parede fazendo sempre essas perguntas. Quando telefonavam pra ele, pra conversar e saber se estava tudo bem, de vez em quando perguntavam se ele continuava falando comigo. E vamos viver isso ainda durante algum bom tempo, até eu ter a chance de vê-los pessoalmente. Mas preciso ser justa e dizer, que fora tudo isso, eles me trataram muitíssimo bem, foram muito carinhosos, agradáveis.

E um dia foi tão fofo... eu os vendo na webcam pela primeira vez, quando o Emre foi visitar a irmã em Ancara, porque a filhinha dela tinha acabado de nascer. Então ele viajou pra conhecer a sobrinha. Daí minha sogra colocou a neném na camera pra eu ver, e disse que ela não abria muito os olhos. Daí aquela coisinha fofa abriu os olhinhos pra mim... hahahaha, eu me derretiiiiiiiiiiii. Aí eles ficaram suspresos, começaram a rir tambem, falaram que ela tinha gostado de mim. Me senti parte da familia sabe. Quando o conheci a irma estava gravida, daí eu vi a nenenzinha recém-nascida, depois eu a vi maiorzinha e fiquei ate brincando com ela pela câmera, toda risonha hahah. E hoje em dia, ela tá grandinha, correndo pela casa, me sinto mesmo a tia dela sabe, e fico babando que nem uma boba. Peço pro Emre tirar várias fotos e videos, e ele vai me mandando tudo depois, e eu fico vendo, mostrando pra todo mundo como se fosse minha sobrinha mesmo.
Cara, como eu vou mimar essa menina quando estiver lá. Quando eu for a Sra Korkoca (HA! sem pressão rs), vou levar ela pra nossa casa, comprar doces pra ela, levar ela no parquinho... :)

Mas infelizmente, de quando em quando, a família dele, fica querendo que ele conheça vizinhas, filhas e parentes de vizinhos pra conhecer e quem sabe até se casar. Vou contar isso melhor num outro post.
Tem vários detalhes sobre isso.

Beijos beijos

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A história do Tavuk

Então. Por mais que agente se prepare, leia na internet, peça opinião dos outros, acho que a gente nunca consegue fazer tudo direitinho como queria. As vezes porque deixou escapar algum detalhe, as vezes por algum imprevisto da vida, as vezes porque a gente deu uma de tontona mesmo e zaz. Todo mundo ficou rindo da sua cara e dá-lhe zoações pro resto da sua vida. Oremos e aceitemos.

Bem, e comigo não foi diferente, rolaram umas historinhas por lá...

Preciso contar a história do mercadinho. Não foi nem um miiiiiico, mas uma história engraçada. Eu tava sozinha em casa e queria fazer strogonoff (pela primeira vez na VIDA!) pra jantar.

Jessica para, pensa, e faz a lista do que precisa ir comprar no mercado. E assim, e não estava indo ali no supermercado perto de casa (o que pra mim, Jessica - a estúpida na cozinha, já seria bem difícil), eu tava indo no mercado NA TURQUIA. Sozinha. Mercadinho pequeno de esquina. Quem ir falar inglês? Ninguém, caras amigas da rede Globo de televisão.

Daí fui eu pro Google Translator (alô pra você que conversa com seu namorado, por ele!) e escrevo 'Frango' = 'Tavuk'. O resto eu tinha em casa. Ok. Coloquei meu casaco de astronauta por cima da roupa de casa que eu tava mesmo (namorado que não entenda essa frase hahaha), e fui.


Nosso amigos Tavuk's

Quando atravessei a rua que eu tava na porta do mercado, eu comecei a tremer, tremer... aí eu pensei "Sua anta! Sabe falar frango e mais o que? Oi tio da turquia, me vê aí um tavuk?" Fiquei TENSA. Eu olhava pros lados e tinhas uma senhorinhas colocando as coisas no carrinho e eu olhando pra baixo, com mania de perseguição, achando...  'mas elas vão me atacar, elas vão vir aqui falar comigo, o que é que eu vou fazer? Daqui a pouco a moça vai pular em mim, vai tirar tudo de mim, vai empurrar o carrinho no meu, socorro, não quero mais tavuk não'


Peguei o pouco de dignidade que ainda me restava, cheguei na bancada de açougue, vi peitos de frango cortados em filés e disse com convicção (porque até pra errar tem que ter convicção):
- Tavuk, lütfen - apontando pra bandeijinha de isopor com os pedaços de peito de frango.

Falei o que precisava. Fiquei mais calma.
Mas AHA! Não contei com o fator surpresa da nossa narrativa.
O moço virou pra mim e disse alguma coisa. Eu não estava preparada pra mais NENHUMA frase. Que dirá indagações ou perguntas que não fossem 'Qual o seu nome', 'Tudo bem com você?'.
Aí ele disse assim:
- Durururuuz tamamda hakinda muyoruz? (traduzindo: eu inventei essas palavras todas e não faço IDEIA do que foi que o açougueiro disse)
Mas decidi que ia até o fim:
- Evet! (sim)

Aí ele sorriu e pegou a caixinha pra mim. Ele podia ter xingado a minha mãe, mas ficou por isso mesmo.
Pra me fazer ainda mais feliz, começou a tocar na rádio do mercado o último CD do Tarkan.
Só aí que eu conseguir respirar aliviada. Me senti em casa... aquela sensação 'OPA! EU CONHEÇO ISSO AÍ :D'.

Coloquei mais um suco e uns biscoitos no carrinho, fui pro caixa, passei minhas compras... ela me disse o total, eu fiquei em saber, entreguei minha nota de 20 liras turcas, soltei um 'çok teşekkürler' ouvi um 'rica ederim', peguei minhas moedas e fui pra casa feliz.

O strogonoff com yogurte, já que não achei por lá o nosso famoso creme de leite, ficou uma baita porcaria.
O Emre até gostou. Sorte a minha que ele nunca tinha comido antes, coitado. Mas tudo bem, pelo menos agora tenho a história do Tavuk.

Escrevi Tavuk no Youtube e achei umas propagandas engraçadas da TurkCell, empresa de telefonia de lá, com um ator super famoso de comédia, Recep Ivendik. Tendi nada, mas deu pra rir hahaha, clica aqui.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Na turquia: coisas que amei! - Parte 2

Mais algumas outras coisinhas que eu gostei lá e queria contar pra vocês:

- Temperatura: Por eu ser do Rio de Janeiro, estou acostumada com a temperatura delicinha de grelha de churrasco que temos por aqui com 45ºC, no topo do verão carioca. Na minha casa não tem ar condicionado e eu simplesmente odeio os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro aqui, porque é simplesmente insuportável.
Com isso, eu morria de medo de congelar lá na Turquia. Fiz uma vasta pesquisa online e andei conversando com as meninas, pra ter uma ideia de que roupas deveria levar, qual era o nível de frio, se nevaria e todas essas coisas. Isso varia muito de cidade pra cidade, por que Turquia é um país extremamente diversificado em suas temperaturas. Em Ancara, a capital turca, nos meses de alto inverno, tem muita neve mesmo. Eu via nos noticiários, as ruas todas branquinhas e com problemas no trânsito devido ao mal tempo.
Já em Istambul, o mínimo que eu peguei foi de -4ºC num dia que nevou beeeem pouquinho. Mas tão pouquinho que não conseguir registrar os floquinhos de neve na câmera digital.

Pra quem não faz ideia do que deve vestir para um frio desse (como eu tambem nao fazia ideia!) aqui vai a minha dica:

a) Use SEMPRE uma calça, daquelas pra aquecer, também chamadas de ceroulas, debaixo da calça que você vai usar. Quem sabe até duas ou uma bem quentinha. Pode ser também um calça térmica. O Emre, e todos os outros turcos que eu conheci, usavam calça jeans e pronto. Sem falar nas meninas, que usavam saia com sobretudo, meia calça e estavam ok. Se você não está acostumado, e não é aquele tipo de pessoa que sai de sainha ou shortinho aqui no Brasil, no inverno, porque sente um frio razoável, use esta calça.

b) Muitas meias! Eu usava uma que eu comprei lá que vinha até o joelho, mais 2 pares de meias daquelas coloridas que criança usa em escola (rs, abafa!), mais bota de cano longo e sentia frio demaaaaais nos pés. Experimente também meias térmicas ou meias daquelas BEM grossas. Você vai se sentir mais confortável.

c) Botas! Definitivamente você não conseguir usar sapatos abertos por lá. Ponto final. No máximo um tênis, pode ser. Mas sapatilha, sandalha e afins... esquece.

d) Calças: se for usar uma, de um material que não esquente, procure usar as mais larguinhas, justamente pra você pode usar outra por baixo e ainda conseguir vestir e fechar o zíper. Minha sorte é que tinha perdido uns quilos no mês anterior. Minhas calças de jeans, sem ser stretch, iriam ser completamente inúteis por lá. E jeans é um material ingrato, que no calor te faz assar que nem um frango de padaria, e no inverno te congela. Procure também calças mais quentinhas de outros materiais como veludo, por exemplo. [Não sei mais nomes de tecidos, não sou prendada :( ]

e) Camisas: Isso varia bastante. Se você for fazer passeios ao ar livre, use blusas de mangas compridas quentinhas. Nada de muito exagero, como lã. Mas algo bem quentinho, afinal, ainda tem o SUPER casaco. Se você for ficar em um lugar fechado, pode pegar mais leve na blusa interior, porque todos os lugares tem aquecimento interno. Então você chega, tira seu casaco de astronauta haha, e fica lá suando com uma blusa de veludo e com outra de moletom por baixo. Eu sei porque meu namorado é o rei do drama e desespero e ficou morrendo de medo de eu ficar doente e altas vezes eu fiquei dentro do shopping carregando aquele casaco gigante e com uma blusa de manga quente e suando.

f) Mega Casaco: Sem melhor amigo de todas as ocasiões e horas, seu casacão será seu maior salvador.
De preferência que seja longo. Isso faz muita diferença, porque esquenta um pouco mais as suas pernas, ou pelo menos, uma parte delas. É bom também ter algum casaco que tenha um capuzão que cubra bem a sua cabeça. Em momentos de vento mais intenso ou chuva, isso é uma mão na roda e tanto.

g) Faz a fina e leve luvas. Nem sempre você vai querer usar, mas sempre carregue luvas na bolsa, porque o tempo pode virar do nada e seus dedos congelarem, caírem e você ficar quase maneta.

h) Lenços e pashminas: Também não é necessário você usar sempre um lenço no pescoço, mas é bom, sabe? Fui querer me meter a besta em alguns dias, a não usar nada, e fiquei com dores de garganta. Escute a amiga aqui e use lenços, que além de tudo são super estilosos ;)

- Roupas: As roupas de lá seguem a forma européia. Consequentemente, as melhores lojas de roupas européias, você encontra lá, por um preço que dá vontade de perder o passaporte e nunca mais voltar pra esse assalto a mão armada que são as roupas no nosso Brasil baronil.
Pra quem não sabe a Europa é o continente da moda. São roupas de cortes muito melhores, na minha opnião humilde opinião (blusas mais longuinhas, calças e saias bem cortados e melhores ajustados - vai depender de cada roupa também, não posso generalizar). E o melhor: é muito MUITO muito MUITO muitomuito MAIS BARATO. Eu tenho pena de gastar R$50,00 numa camiseta aqui (o que é até barato pra padrões de Renner ou C&A, por exemplo) porque lá comprei altas camisetas por 8/10/15 Liras Turcas. Eu queria levar até a mãe dos vendedores das lojas.
Nível 1 de Frio (Num lugar fechado e aquecido)

Nível 2 de Frio (Casaco menos pesado, sem luvas e bota curta). Emre, Eu, Yaren (de sobretudo e botas, viu só?), Murat, Erbay e Mustafa

Nível 3 de Frio (Bota longa, capuz na cabeça, luvas e mãos no bolso - brrrr!)

...vem mais dicas por aí, o posto ficou longuinho e eu tô com sono. Beijo, me liga ou me comenta, você escolhe. Depois vem a parte ruim também, aquilo, que eu não gostei.

Pra quem quer saber mais sobre temperaturas, tem esse link aqui, que fala da média das cidades.
Tem também o post da Relva, falando sobre o verão em Mersin, outra cidade litorânea e ao centro-sul da Turquia, é legal saber o outro lado.

ps: pra que não viu, to respondendo os comentários ainda no dia, tá? :) [falou a super blogueira, requisitada, sinxerga minina! aproveita que você tá sonhando e pede um pônei hahahahah - nada, é só pra dar uma satisifaçãozinha mesmo)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Passado/Presente

Não me interessa o que ficou pra trás.
Há muito tempo, e especialmente nos últimos tempos (você sabe né, eu, um turco, amor virtual, essa historinha toda do blog), tenho estado muitíssimo focada no futuro.

Mas não é que de vez em quando aparecem umas situações, umas pessoas, umas coisas chatas pra atazanar a nossa a vida? Ih encosto, sai de mim.

Daí eu tô chateada, aí resolvi postar um monte de foto fofa pra me animar. :)
Amanhã eu faço um post decente continuando as coisas que eu gosto da Turquia.
Beijocas.




Ps: askim, nothing else matters. Just you, me, and all the future we have waiting for us and what we are gonna make of it. I love you and i am with you. s2

domingo, 19 de junho de 2011

Na turquia: coisas que amei! - Parte 1

Vi que reclamar que você é uma pobre brasileira que irá para terras Otomanas, e que sentirá falta das coisas do Brasil, faz mesmo efeito. Recebi altas dicas das minhas brazturcas. Obrigada meninas! :)


Ayran - Urgh! :(
Ps: Não faça Strogonoff, pavê, mousse, nada disso com Ayran. Nosso amiguinho é uma bebida feita de yogurte salgado (é, parece horrível, mas eu aprendi a gostar em pratos turcos. Olha o preconceito!) só que diluido em água, sei lá o que fazem. Só sei que é mais leve que o yogurte convencional de lá. Imagina um potinho de yogurte de morango, daqueles que agente toma de colher, aqui do Brasil. Só que sem morango, salgado e pra você beber. Não no café da manhã, mas nas outras refeições, como no almoço ou na janta. Combinação terrível?
Pior do que terrível. Mas vá jantar com seus amigos e Istambul e veja quase a metade bebendo Ayran. Peça suco ou refrigerante, veja eles te chamando de louca, sorria e acene. Sorriiiiiiiia e acene.


Voltaaaaaaando ao que eu queria dizer (culpa da Grazi que comentou aqui, pode ir lá no blog dela encher o saco rs). Eu quero na verdade é falar das coisas que eu mais gostei de Istambul. Não vou falar da Turquia, porque tudo pode variar bastante de cidade pra cidade.
Vide Belém do Pará (Alou, Calypso!) e Rio de Janeiro (Oi, Funk! - Não especifiquei nenhum porque baixaria não dá, né. rs)

- Baklava: Um dos doces mais maravilhosos que já provei na Turquia. Parece um mil folhas, com uma calda doce e tem o recheio de pistache ou nozes, depende. E tem algumas variações, como a baklava de chocolate. É uma delícia.
Baklava

- Turkish Delight: Ou delícia turca, são docinhos que parecem gomas que, às vezes, levam também pedacinhos de pistache por dentro, coberto com açúcar, podendo ser de vários sabores. Uma vez provei um de água de rosas numa cerimônia de Dervishes que eu fui assistir. A primeira mordida achei meio estranho, mas depois gostei. Os outros então, são uma delícia, trouxe uma caixa pro Brasil pra minha família provar. Resultado: comi tudo sozinha.

Turkish Delights
Dervishes

- Iskender Kebab: De todos os pratos turcos que eu comi, esse definitivamente, foi o meu foi o meu favorito. Mas precisa ser bem feito. Comi em 3 lugares diferentes e o que eu mais gostei foi do Shopping Çevahir. São pedaços de um pão especial, cobertos por fatias finas de carne com molho e coberto por manteiga derretida, que dá o gosto maravilhoso do prato. Acompanha o yogurte usado na Turquia, que eu falei antes, e fica bom até. E como quase tudo que se come por lá, tem sempre um pedaço de tomate e de pimentão do lado. Delicia!
Iskendar Kebab - Olha ali o yogurte


- Comida mais saudável: Claro que todo mundo come fast food, doces, besteiras. Mas os pratos turcos, geralmente são muito saudáveis. Sempre tem salada, e não só alface e tomate, mas SALADA com vários legumes e verduras. Fora a salada, eles não comem carne de porco, que cá entre nós não é a das mais saudáveis que existe. E sempre você vai ver lá pedaços de tomate e pimentão em quase tudo. E existe diversos pratos principais feitos de legumes como abóbora ou berinjela. E detalhe: não é que nem aqui que as pessoas deixam de lado no prato e não comem. Eles comem sim e adoram. Sempre que eu não pegava salada, ou deixava os legumes de lado, o Emre me forçava a comer porque fazia bem, e meus amigos de lá, falavam pra eu comer porque era gostoso. Achei bem bacana esse hábito.

Os pratos de entrada num restaurante que fui

Oh o meu prato principal. Carne de Carneiro e Legumes


- Transporte: Istambul é comparado a São Paulo no quesito trânsito. Mas eu vi tantas opções, que realmente facilita e bastante, a vida da população.Também não vi ônibus-charrete não, onde os bancos faltam cair com você em cima, e você fica quicando e tremendo freneticamente enquanto o ônibus anda. Pode até ter, mas eu não vi. Tem barcas (que é fundamental já que a cidade está em 2 continentes, divididos pelo Bósforo), mini ônibus, ônibus, taxis, funicular, tramway (que é um trem que anda em pistas específicas na rua pra cortar o trânsito dos carros, genial!). Todos integrados pelo sistema 'akbil' que é um ímãzinho que você coloca créditos, entra em todos os meios de transporte que eu citei (menos alguns micro ônibus e taxi) e ainda por cima, com ele, depois do primeiro transporte, os outros são metade do preço. E pra tudo isso aí, tem horário certo. Geralmente nos pontos de ônibus tem uns cartazes dizendo o horário certo que ônibus sai e qual linha. E se tá escrito 7:21, o ônibus TEM QUE SAIR 7:21. E sai mesmo.
Interior do Ônibus

Ponto de Ônibus e um tio Forever Alone

O Funicular (metrô puxado por cordas)
Nosso amigo Akbil

  •  Gentileza e honestidade: Outra coisa que vale a pena dizer sobre os transportes, como a Relva citou e a Mari, quando tinha blog. As pessoas são mais gentis. Eu fiquei boba, porque em quase os ônibus ou metrôs que eu estava e não tinha lugar, e tive que ficar em pé, os homens levantaram pra eu sentar. Não, eu não estava grávida. Não, eu não tenho mais de 65 anos. Não eu não tinha uma criança de colo, não tinha alguma deficiência física, não carregava peso. Eu era mulher, e eles levantaram pra mim, ponto. Outra coisa é que quando você não senta, e tem um monte de homem, não fica um deles atrás de você, querendo abusar, mas eles ficam de um jeito que você fica protegida. Eles ficam de costas, ou oferecem  "quer ficar aqui nesse canto?". E essa aqui vocês não vão acreditar: Eu entrei num ônibus grande que tinha tem entradas/saídas, entrei pela porta mais distante do motorista. O Emre, entregou nossos akbils (o dele era preso no chaveiro), para o passageiro ao lado, e ele foi passando, passando, passando. Encaixaram lá na frente pra fazer o pagamento, depois ele voltou pra gente. Fantástico, não?

Depois eu conto mais coisas desse lugar incrível. De novo, tá longe de ser perfeito, nenhum lugar é, mas eu estou mesmo encantada.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Coisas que vou sentir falta

Disse ontem pra um amigo:
"Já sinto falta de tudo, e ainda nem fui embora".

Estranho sentir falta de coisas que tantas vezes eu reclamei. Aquela história de que só se dá valor, quando se perde, é mesmo verdade.

Estamos nos mês de Junho, e com o tempinho frio, vão surgindo também as festas juninhas/julhinhas/agostinas, tanto faz. Música caipira, criança dançando quadrilha, aquelas comidinhas ma-ra-vi-lho-sas. Gente, pamonha, canjica, tortas, paçoca de tabuleiro, milho verde, cural, queijo qualho, angu à bahiana, sopa de ervilha, caldo verde, maçã do amor... morri.
Eu tô tão acostumada com isso desde que era criança, que nunca parei pra pensar o quanto tudo isso é maravilhoso.

E Natal? Ah o Natal! Como dona Relva já contou, não se comemora Natal por lá. Até tem efeites natalinos e árvores para vender nos supermercados, como no Migros (apesar de ser um país muçulmano), mas eles 'comemoram' Natal e Ano Novo tudo junto, como se fosse uma coisa só.
E olha que Ano Novo lá, nem é grandes coisas. Não tem toda aquela expectativa, a tradição dos fogos, nem o show da virada com a Ivete Sangalo cantando todo ano. Eu amo Ano Novo, fico cheia de esperança, novas expectativas, é tudo  tão feliz, tá quase todo mundo de branco, cheio de energia, feliz porque tem mais uma chance de fazer tudo dar certo. Mais um ano concedido por Deus.

São tantas outas pequenas (que pra mim, agora já são grandes) que eu vou sentir falta:

- Leite condensado: Lá não tem. Gente, eles NÃO sabem o que é bom nessa vida. Fiz brigadeiro pro Emre lá, com as latas que eu levei e ele GAMOU no bolo que eu fiz com cobertuda  de brigadeiro. E todas as mil sobremesas que  levam leite condensado (pavê e pudim, por exemplo - todos CHORA).

-Creme de leite: Também não tem. Gente, e os mousses, e o pêssego em calda, o Strogonoff, como é que fica? Fui tentar fazer Strogonoff com o  iogurte  salgado que tem na Turquia(de textura mais espessa, que tem em vários  pratos de lá). Ficou até comível, mas não se compara.

-Bombom: anotaí, porque eu bem acho que não tem bombom lá. Todos SE MATA. Levei 2 caixas de bombom pra eles provarem e gostaram bastante. Quem é que não gosta?

-Pé de moleque, Paçoca, Bananada, Doce de abóbora: Chorei.

-Maracujá e Goiaba: É isso aí, tá nervoso? Não tem suquinho de maracujá não. Mousse? Faz de chocolate, de tâmara, não sei. De maracujá é que não vai ser.

-Farofa-fa: Não tem, não tem, te vira-ra.

-Queijo ralado: Até tem, mas acho que só em casas de alimentos importados.  Emre não sabia o que era. Vai ver ele é de outro planeta, não sei.

-Arroz Normal: Tem arroz lá, claro, mas sabe o que estamos acostumadas no Brasil? Parborizado e aquele outro? Pois é não tem. Os que eu comi lá tavam meio empapados (é assim  que fala). Pode ser culpa da péssima cozinheira (eu!).

-Placas e Letreiros em Português: É, vou sentir falta de entender as coisas na minha língua.

-Bandeira do Brasil: Só em conferências, embaixadas ou afins, porque em cada esquina, beco, prédio, pessoa... tem uma bandeira da Turquia.

E principalmente e especialmente; aqueles que  me viram nascer, que me ensinaram a andar, que riram comigo, choraram comigo, brigaram comigo, me deixaram com raiva, que eu deixei com raiva, que estiveram comigo durante a minha vida em doenças, domingo chatos, festinhas de aniversário, em época  de  provas, em despedidas...
Minha família. Isso é o que vou mais sentir falta.
Sei que talvez da próxima vez  que eu vier, muitos tenham se mudado, alguns tenham partido para sempre dessa vida. Quando viajamos por algum tempo, parece que  ficamos fora do tempo e que quando voltamos, somos verdadeiros peixes fora d'água.

Só sei que nunca mais nada será exatamente como antes.
E disso, eu já sinto falta, mesmo sem  ainda de fato, ter de fato, estar longe deles.

Enquanto isso, me resta aproveitar o máximo que posso e ficar aqui escrevendo posts regados a drama e nostalgia.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

E quando no meio da história, algo dá errado?

Falta de dinheiro, problemas com documentação, circunstâncias familiares, o governo brasileiro não ajuda e não sabe dar respostas, medo, ele não era o que você pensava, o amor acabou.

Mil coisas. Quando nos entregamos a algo de todo o nosso coração, pensamos em fazer loucuras, lutamos contra tudo e todos, às vezes lutamos até contra nós mesmas, as vezes as coisas podem  não acontecem exatamente como você planejou.

E aí, Jessica #comofaz?

Tenha, calma. Procure não desanimar.
É o que estou tentando fazer. Sempre li em outros blogs de garotas envolvidas com estrangeiros, inúmeros posts delas reclamando de muitas coisas. Algumas por terem sido enganadas. Outras porque eles já não eram os mesmos, e as deixaram de lado, outras porque o processo de  documentação é sempre tão difícil e irritantemente e extremamente democrático.
Seja o que for, sempre e sempre é preciso ter calma e não se desesperar.

Porque acho que o desespero faz a gente não ver as coisas com clareza e consequentemente, não conseguimos pensar e achar uma solução.

O meu problema no momento é a faculdade. Parece que os professores das matérias mais longas, mais difíceis, mais complicadas, são os mais rigorosos e carrascos. Confesso que não ando tão aplicada como antes. Confesso que poderia ser melhor. Mas não tenho conseguido. Me sinto esgotada.
Todo dia quando acordo digo para mim mesma que hoje vai ser diferente e que vou ter forças. Não é nada de outro mundo, mas tenho matérias que deveriam ser feitas, no mínimo, por um grupo de 6 pessoas, mas que na vida real dos professores injustos, estão sendo feitas por cada aluno individualmente, logo nos últimos períodos, onde você já está cansado da faculdade e já estagia pra ter o seu dinheiro e conseguir aos poucos achar seu espaço no mundo a na profissão (e como todo estagiário, você rala muito, fica muitas horas até mais tarde).

Chego em casa, aàs vezes com dores nas costas, dores nos pulsos, cansada e sinceramente tudo o que quero é deitar e relaxar um pouco.

E agora com isso, e todas as outras  coisas de mudança, de família, de vida, que tem se passado pela minha cabeça de 23 anos, sinto um peso que jamais tinha sentido antes.

Não sou má aluna. Não sou assim tão irresponsável.
Só estou cansada e vivendo um momento de vida delicado. Uma volta 180°.

Mas sei de uma coisa, e me digo isso o tempo todo (porque simplesmente não consigo desligar minha mente do medo de dar tudo errado):
CONTINUA - CONTINUA - CONTINUA - CONTINUA...
Aguenta firme, tenta outra vez, pede ajuda, respira fundo e continua.

De resto, que Deus nos ajude e que nada nos abale.

Sou minha amiga, e toco essa música pra mim mesma.

Vai lá, Jessica, você consegue!

sábado, 11 de junho de 2011

Sonhei que me casei!

Eu sou mestra em ter sonhos esquisitos. Daí eu fico tentando decifrar os significado, mas nunca nada bate com nada mesmo, então tudo bem. Tento abstrair.

Essa noite eu sonhei com 3 casamentos. 2 de amigos meus e com o meu próprio casamento.
Eu devia ter vindo aqui digitar assim que acordei pra não esquecer, porque já esqueci um monte de detalhes.
Mas no sonho, lembro que eu via o casamento de outras pessoas e ficava muito ansiosa imaginando que dia seria o meu casamento. E eu sou bem assim, às vezes quero me casar logo, às vezes quero ter logo filhos, às vezes penso, analiso melhor, e sei que é melhor esperar um pouco mais. Afinal filhos e casamento não são brincadeira que agente guarda na gaveta quando está cansado e depois volta, quando (e se) tiver vontade.

Porque acontece assim, nós que temos esses relacionamentos à distancia, parece que precisamos nos casar logo. Quase como que, pra história ser feliz, precisa haver logo o casamento. Especialmente para as outras pessoas que acompanham as história, parece que o conto de fadas só vai terminar como deveria quando acontecer o casamento. A distância realmente acelera esse processo se compararmos com os relacionamentos onde as pessoas são do mesmo lugar. Ainda mais quando uma das pessoas, for morar no país do outro. Para se adaptar melhor, pra ter onde e com quem morar, e pra facilitar a documentação, o melhor mesmo é que aconteça o casamento.

Cada caso é um caso, e confesso que até gosto de ouvir sobre o casamento dos outros. Parece que sou EU que estou casando, sabe? Meio que uma realização própria pela vida dos amigos, haha, meio psicopata isso.
Mas no meu caso, por exemplo, acontece assim:
Nos conhecemos desde de Janeiro 2010, ficamos distantes por um ano, até que em Janeiro de 2011 agora, fiquei um mês na Turquia. Ele vem agora em Julho (ebaaaa) e vai ficar só 10 dias. Depois disso, só Deus sabe quando vamos nos ver de novo. Mas se tudo der certo, ano que vem devo ir morar lá ainda nos primeiros meses.

Mas bem, não vou me casar, não vamos morar juntos. Nada disso. Não é por falta de vontade ou por falta de amor. Mas queremos namorar, sabe? Não pular etapas. Dizem que devemos aproveitar e viver as dificuldades que cada época da nossa vida tem. A infância, a adolescência, a juventude, a maturidade... e acho mesmo que pode ser uma boa. Até porque se casar não é o fim, nem o começo da história de ninguém. Nossa história já começou, e ao contrário dos contos de fadas, onde a trama acaba com o casamento do príncipe e da princesa, ainda continuaremos a ter uma vida depois.

Uma vida feita de momentos lindos, amorosos, divertidos (tenho que contar pra vocês, um dia, a história de quando eu me vesti de Emre e fiquei imitando ele, hahaha, a gente morreu de rir), mas claro, momentos também de pagar contas, de juntar dinheiro, momentos de limpar casa e todas essas coisas chatas. Casamento é isso tudo não é? Então, tentamos ir com UM POUCO (só um pouquinho) de calma, pra viver todas as nossas fases.

Também não queremos namorar 5 anos pra depois casar. Temos o plano de nos casar em 2013, no máximo, 2014. Porque precisamos juntar mais dinheiro, preparar coisas, ver casa, móveis, preparativos, e isso não é nada fácil. Então por hora, está tudo certo, estamos vivendo tudo como queremos, de uma maneira natural, e sem desespero. Sempre falamos e rimos juntos de como vai ser ótimo quando:

- Eu estiver no médico e aí forem me chamar "Hmm, Sra K, pode entrar"
- Recebermos convites de casamento em casa escrito "Família K"
- E quando meu facebook estiver Jessica Mangia K (haha, é bobo, mas eu morro de vontade de mudar meu nome no facebook)
(*K - inicial do sobrenome dele)

Adoramos falar sobre essas coisas!

Ano que vem estaremos juntos de verdade, e seremos como outro casalzinho apaixonado na Turquia, que sai pra ir ao cinema, que vai jantar em lugares românticos, que anda de mãos dadas na rua.
Tudo como deveria ser. Ah, mas pode deixar que em breve, eu laço esse turco. Ou ele me laça, né.
Falei em casar em 2014 e ele falou "você tá maluca? não vou esperar isso tudo não" hahaha.

Todas ESPERA né. Chegando 2013 eu conto.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Futuro na Turquia: Mais felicidade ou mais medo?

Não sei se deu para entender muito bem o título do post.

Mas o que eu quis me perguntar é o que mais sinto em relação ao meu futuro na Turquia.
Se sinto mais medo, ou se me sinto mais feliz. Porque bem, tenho planejado, e vivido os meus dias
em função da minha mudança para Istambul, no ano que vem.

Ficar feliz é normal. Ter medo também é normal. Mas qual a porção dos dois?
Será que são iguais, será que um é maior do que o outro. Se o medo for maior?
E se  a felicidade e a esperança forem maiores? O que fazer com tudo isso?

Moro com meus avós desde os 3 anos de idade, e bem, eles já criaram seus próprios filhos.
Já estão cansados, têm certa e idade e não tem mais que ficar cuidando para sempre de uma menina de 23 anos de idade. Minha mãe mora em Portugal. Meu pai tem sua vida, com sua esposa e meu irmão.
Acho então que está na hora de eu seguir meu caminho e conseguir meu espaço no mundo.

Desde então tenho trabalhado, juntado dinheiro, me comunicando com embaixadas, governo do Brasil, governo da Turquia, pra saber sobre reconhecimento do meu diploma, já que me formo este ano. Tenho mandado e-mails paras as universidades turcas (Koç, Marmara, Istanbul,  Sabancı...) procurando bolsa de estudos. Tenho ligado, contactado, enviado sinais de fumaça, pra todas as instituições estudantis que eu achar. E é tudo muito difícil e demorado. De concreto, até agora, não tenho nada.
De qualquer forma, meus planos não pararam, e ano que vem, entre Janeiro e Março eu devo estar morando na minha casa em Istanbul.

Claro que nada disso seria possível sem a ajuda que eu vou encontrar lá do Emre, da Yaren (que vai ser minha roommate), minhas amigas brasileiras de sempre, e minha família e amigos daqui.

Mas batem mil coisas na cabeça. O país é lindo pra passar férias, foi tudo mágico por lá.
Mas como vou andar pelas ruas, pegar ônibus, ir no supermercado, trabalhar por lá...? É uma rotina  que já pode assustar pra quem vai morar sozinho pela primeira vez. Que dirá um país estrangeiro, e que se quer falam espanhol ou inglês. Se mata, Jessica!

E eu fico oscilando nessas sensações estranhas. As vezes fico toda chorosa, pensando que talvez na próxima vez que eu voltar ao Brasil (que não sei quando vai ser, afinal a passagem não está barata), as coisas já não vão mais ser as mesmas. Talvez pessoas tão presentes na minha vida, já não estejam mais aqui quando eu voltar. Bate saudade, medo de ir, uma nostalgia profunda.

Outras vezes, tenho vontade de acelerar o dias, terminar logo a faculdade que eu não suporto mais, e ir para aquele país lindo, com roupas e sapatos baratos hahah, começar minha história, e ficar ao lado de quem eu amo e quero ter uma família um dia.

Não sei exatamente a quantidade de felicidade e medo que sinto. Os dois são fortes.
Só peço a Deus que o medo nunca seja absoluto e me paralize. E até agora não me paralizou.
Mas não a toa. Mas porque tenho alguém que me passa toda a confiança, que é meu amigo, que desde agora tem sido meu braço direito em tudo o que faço. Me apoiando a ser forte, acreditando em mim, tentando todos os meios que pode, lá na Turquia. Se não fosse isso, não pensaria em fazer essa 'loucura' e mudar toda a minha vida.

Ainda bem que tem sido assim. Que será que eu vou sentir ano que vem, nesse mesmo período.
Vamos esperar para ver.